A tradicional empresa que, hoje, fica às margens do Rio Cachoeira, completa 117 anos de fundação neste sábado (25). Criada pelo alemão Hermann August Lepper quando o mesmo imigrou para Joinville, a companhia começou com o nome “Lepper, Irmãos & Cia” e, ao longo dos anos, se transformou em uma das mais tradicionais do estado.
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Conforme informações da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Lepper importava da Alemanha tecidos e fios para a indústria têxtil e, a partir disso, criou sua própria companhia.
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Para a própria empresa, um dos episódios que marcaram a história da companhia foi o início do aumento da produção. Em 1930, a fabricação ficou ainda mais qualificada, com tecidos e artigos feitos em teares Jacquard, confeccionados a partir de fios de algodão. A Lepper foi a primeira a ter conjuntos com toalha de mesa e guardanapos do mesmo tecido e padrão nesta época.
Com meio século de vida, em 1960, a empresa teve um novo marco: a modernização, o que, segundo a própria Lepper, gerou um crescimento de produtividade ainda maior.
A empresa joinvilense também inovou ao lançar no mercado a primeira toalha de renda feita à máquina, destaca a companhia. Este marco ocorreu na década de 1980, com o fortalecimento das tendências de moda da época. Neste período, os produtos também passaram a ser comercializados nacionalmente.
Um dos marcos mais recentes da empresa foi o redirecionamento da marca. “Para enfrentar a desenfreada concorrência asiática, o setor têxtil brasileiro inteiro se reestrutura e passa a focar mais no crescente consumo interno. A Lepper enfrenta mais concorrência no mercado nacional e vive um novo ciclo que desafia o empreendimento”, diz a empresa em nota. Nesse período, a Lepper também foi considerada uma das 200 empresas de médio porte que mais cresceu no Brasil, segundo a revista Exame.
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“Muitas empresas familiares do setor têxtil de Joinville foram fechadas, porque tiveram problemas de gestão. Somente duas continuam, a Lepper e a Döhler. A minha tese é a seguinte: pai rico, filho nobre (os herdeiros) e neto pobre. Isso é quase que infalível. Aconteceu aqui na família, com descendentes de Otto Lepper. O herdeiro principal virou nome de avenida porque eu solicitei. Temos aqui a avenida Hermann August Lepper, bisavô da Helga, fundador da Acij e doador do Hospital Dona Helena, que começou com trabalho voluntário da mulher dele, dona Helena Trinks Lepper”, disse Henrique Loyola, acionista controlador da Cia. Fabril Lepper, em entrevista à colunista da NSC Estela Benetti, em 2022.
Para Loyola, a inovação foi a chave para seguir crescendo dentro do ramo têxtil após 100 anos de existência.
“Eu sempre administrei inovando. É com inovação que você consegue resultado diferente. Por isso até escrevi um livro sobre inovação. Aqui na empresa eram quatro herdeiros. Enquanto uma mulher fazia nozinhos de crochê na televisão, nós fazíamos mil nozinhos por minuto em quatro metros e meio de largura. Fizemos a primeira toalha de renda do Brasil, vendia a qualquer preço tamanho era o interesse. Custava Cr$ 60 e eu vendia por Cr$ 90 ou mais. Fiquei rico”, comentou na entrevista.
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