Fotógrafo é agredido em frente à Marinha de Itajaí por manifestantes

Um fotógrafo e produtor audiovisual foi agredido por manifestantes que estão desde o início do mês em frente à Marinha de Itajaí. O caso aconteceu na noite desta quinta-feira (10). Contrário aos atos, que são considerados anticonstitucionais por conta das pautas reivindicadas, Lenon Cardoso, 32, diz ter sido reconhecido pelos participantes, o que motivou a violência. A Polícia Militar interveio e registrou o Boletim de Ocorrência para apuração da Polícia Civil.

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O itajaiense conta que estava saindo de um festival de blues no Mercado Público quando foi abordado por um grupo com cerca de oito pessoas. Eles exigiram que o homem apagasse os vídeos que tinha feito sobre a manifestação. Lenon tem usado o perfil pessoal no Instagram, que possui 300 seguidores, para expor pedidos antidemocráticos do protesto, como o de intervenção militar e questionamentos sobre o resultado das eleições deste ano.

Diariamente ele faz as imagens no local para compilar em um documento que, segundo Lenon, será entregue às autoridades para investigação.

Momentos antes da briga ele chegou a filmar a manifestação e divulgar na rede social: “Itajaí não é para amadores, enquanto você está curtindo um festival de blues, há manifestação golpista ao lado”, diz a gravação.

— Atrás do Mercado Público fica a Marinha. Eu estava a caminho da Beira-Rio, acompanhando meu amigo até a casa dele, totalmente ao contrário de onde eles [manifestantes] estavam. Não estava indo fazer imagens. Eles chegaram me puxando pela mochila, xingando e dizendo: “Tu é o Lenon, vai apagar os vídeos agora” — relembra.

Do grupo, cerca de três teriam dado chutes e socos no morador, que teve hematomas e cortes no rosto. O amigo tentou ajudar, mas foi impedido pelos agressores, relata ainda Lenon. O produtor conseguiu correr por meio dos carros e, enquanto tentava escapar, deparou-se com uma viatura da Polícia Militar, que controlou a confusão.

— Se a polícia não tivesse passado, eu teria parado no hospital — acredita a vítima.

No boletim de ocorrência, ele sustentou que a motivação seria por ter sido reconhecido por conta dos vídeos que faz. O tenente da PM de Itajaí, Márcio Aquino, explica que a equipe não conduziu ninguém à delegacia porque os envolvidos não foram identificados.

— Quando a Polícia Militar chegou ao local eles já não estavam mais nas imediações. Foram feitas rondas, mas não foram localizados — detalhou o policial.

Lenon busca imagens de câmeras de segurança que podem ter captado toda a confusão. Elas devem ser usadas pela polícia para identificação dos agressores. Até o fechamento deste texto, porém, a Polícia Civil não confirmou a abertura de um inquérito para apurar o ocorrido.

Manifestações em Itajaí

As manifestações diante da Marinha do Brasil em Itajaí ocorrem desde o começo do mês, depois do resultado da eleição presidencial. Bolsonaristas pedem por “intervenção militar” e, por isso, têm se reunido em frente a quartéis, como é o caso também de Florianópolis, Joinville e Blumenau.

Em Itajaí, os participantes acampam no local, que fica ao lado do Mercado Público. Moradores relatam que as interrupções ao trânsito ainda ocorrem, mesmo que momentaneamente, apesar da determinação da Justiça para que bloqueios em vias municipais e rodovias não sejam feitos.

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