As divisões de Joinville não se limitam a Norte e a Sul. Há outros pequenos mundos desconhecidos para muitos, onde cerca de 7 mil pessoas vivem, de acordo com dados do IBGE.

Continua depois da publicidade

:: GALERIA: clique aqui para conferir o ensaio

São áreas invadidas como José Loureiro, Estevão de Matos, margem do rio Itaum 1, 2 e 3, Jardim Paraíso 3 e 4, Jardim Edilene, Jardim Canaã e rua Itajubá, onde não há água, luz ou o mínimo de infraestrutura considerada para se ter uma condição digna de moradia. A cidade mais populosa do Estado só perde para Blumenau e Florianópolis em número de favelas.

Continua depois da publicidade

O repórter-fotográfico Diorgenes Pandini percorreu estas localidades e conta em imagens a história de sete crianças. Cada uma com o seu jeito de encarar a realidade, mas todas são felizes por ter um lugar para chamar de casa.

Uma outra realidade

O ensaio fotográfico “Mundos nem tão distantes” surgiu com a ideia de visitar comunidades afastadas em locais de invasão de Joinville. Queria ver e mostrar um pouco desse mundo tão próximo da gente, mas que fica sempre escondido, lá na última curva da rua, antes do mangue. Escolhi fotografar a esperança das crianças que vivem nessas regiões.

A primeira visita foi ao Jardim Paraíso 4. Cheguei muito cedo ao local e não tinha nenhum pequeno na rua. Aproveitei para conhecer mais os problemas e o cotidiano de quem mora naquela área de invasão.

Continua depois da publicidade

Já mais acostumados com minha presença, me deram a dica de onde poderia encontrar crianças em casa no período da manhã. Dito e feito. A fórmula se repetiu em todos os lugares, quando olhares de desconfiança se transformavam em sorrisos e, por que não, orgulho de serem fotografados.

A última menina, e mais marcante, foi a pequena Emilin, da rua Itajubá. Uma criança tão antenada com o mundo que vive, com as dificuldades do bairro, que a única coisa que ela queria para melhorar o lugar é mais respeito entre os moradores. Neste dia, quem saiu tocado de verdade fui eu.

Apesar de todos os problemas e dificuldades que eu vi, nada substitui a alegria de mudar o cotidiano dessas crianças por um dia, vê-las se admirarem na câmera e ainda, no fim da pauta, me perguntarem: “Vai passar em qual canal, moço?”.

Continua depois da publicidade