Fragmentos de uma árvore fossilizada, datados com mais de 250 milhões de anos, foram identificados pela equipe da Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri). Eles estavam em uma casa no Morro Estevão, e quando especialistas passaram pelo local, as rochas chamaram a atenção. Após análise, ficou constatada que se trata de uma árvore do gênero Glossopteris, que existiu no período Permiano (entre 250 e 290 milhões de anos).

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A identificação foi feita pelo geólogo Maurício Thadeu Fenilli de Menezes, da Famcri. Segundo ele, esse gênero de planta existiu somente durante esse período, e por isso foi possível a datação aproximada. A árvore fazia parte de uma mesma floresta que se estendia do Brasil até a atual África, quando o continente ainda era o mesmo, conhecido como Pangeia.

Os fragmentos da árvore fossilizada estavam no pátio de uma casa, mas o dono preferiu não se identificar. Ele contou que encontrou as rochas há alguns anos, quando ocorreram obras nas ruas do bairro, achou os troncos bonitos e decidiu recolhê-los. Agora, doou um dos fragmentos à Famcri, e será exposto no Centro de Educação Ambiental (CES) no Parque Ecológico José Milanese.

O encontro de fósseis dessa árvore do gênero Glossopteris, no Brasil e na África, é um dos elementos que embasa a teoria de que os continentes eram um só, reforça Menezes. Com a fossilização da árvore, durante milhões de anos a matéria orgânica, carbono, vai sendo substituída por um composto de quartzo, que dá a rigidez de rocha ao fragmento.

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