Pode até ser ironia do destino, mas desta vez o técnico Jorge Fossati, pivô do sumiço de Walter ao criticá-lo após a vitória sobre o Emelec no Beira-Rio, pela Libertadores, logo na estreia vermelha, se rendeu ao atacante. Não poupou elogios. Nem mesmo Edu, que entrou no segundo tempo e é sempre agraciado com análises positivas do uruguaio, teve chance na comparação com o destemor de Walter.

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O jogo mostrou que só Walter realmente foi atacante do Inter no Gre-Nal, com quatro arremates perigosos. Foram três chutes de fora da área que transformaram o goleiro Victor em um dos heróis do Grêmio no clássico, com defesas salvadoras e de grande elasticidade, voando no ângulo (duas vezes) ou no sopé da trave (uma vez). Na quarta tentativa, o lateral-direito Edílson salvou o pavilhão azul em cima da linha, quando o jogo estava zero a zero.

Fossati até esboçou uma certa irritação ao analisar os motivos que levaram apenas Walter a mostrar eficiência, mesmo tendo terminado o jogo com quatro atacantes (Edu, Alecsandro e Kléber Pereira, além do próprio Walter).

-Não quero entrar em detalhes, mas admito que vocês têm razão. Nossa grande figura ofensiva hoje foi o Walter – afirmou o treinador.

E Fossati se derramou em elogios:

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– Ele está crescendo a cada jogo. Recebendo a bola, ele tenta. E tem tido sucesso na jogada individual. Sem contar o chute.

Walter não concedeu entrevistas após o jogo. Desceu correndo para o vestiário. Apenas o capitão Guiñazu concedeu entrevista formal. Antes de o clássico começar, na hora do anúncio das escalações pelo sistema de som, foi possível perceber que a torcida já elegia Walter como o seu atacante predileto. A certa altura, o Beira-Rio foi envolvido por um grito de guerra que não deixa margem para dúvidas:

– Olelê, olalá, o Walter vem aí e o bicho vai pegar.