Cena rara: Jorge Fossati sorrindo. Sem paletó, com camisa branca e gravata vermelha, o técnico do Inter ingressou na sala de imprensa do Estádio Beira-Rio na madrugada desta quinta-feira com expressão aliviada, após a vitória de 2 a 0 sobre o Cerro, que interrompeu uma sequência de quatro empates e duas derrotas. Para alcançar o resultado, o treinador exaltou o apoio da torcida.

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– Foi a primeira vez que senti hoje o verdadeiro torcedor do Inter. O Alecsandro conseguiu continuar no jogo com tranquilidade. Nunca sentiu a falta de carinho que às vezes algum torcedor passava. Isso foi muito importante – ressalta.

Sobre a vitória, Fossati resumiu a sensação com um desabafo:

– Olha, estamos felizes da vida. Na vida você passa por momentos difíceis. Nas frustrações você aprende. Walter tomou uma decisão errada. E o Inter teve o mérito de não aceitar esta decisão errada. O Walter foi corrigido sem que o clube atuasse como carrasco. Nunca quise ser o seu carrasco.

Por outro lado, o treinador reiterou que a vitória não pode trazer acomodação:

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– Hoje não foi um jogo perfeito. Tivemos coisas boas, como a ordem, a disciplina tática, e a procura insistente. Mas temos de continuar com equilíbrio, especialmente na hora da vitória. É nesse momento que temos de ter equilíbrio, para não se acomodar e achar que tudo está perfeito.

Para Fossati, a serenidade se explica a partir da seguinte lógica: nas derrotas não havia motivo para tanta tristeza, e na vitória também não há necessidade de muita festa. Ele até destacou que o resultado não pode “enganar”.

– A grande diferença foi que hoje entrou uma bola que podemos dizer foi por acaso. Não foi uma bola trabalhada, foi um cruzamento que entrou no gol. E se a gente olha para trás, erramos situações nos últimos jogos bem mais fáceis que essa. Não podemos nos enganar no momento que se ganha, temos de ter humildade e autocrítica como companheiras. Não ganhamos porque fizemos tudo bem, nem perdemos porque fizemos tudo mal – explica.

Especulava-se que um eventual mau resultado custaria a demissão de Fossati. Mas o técnico do Inter garantiu que nunca se sentiu pressionado:

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– Nunca me senti pressionado. Se conseguimos a vitória foi na base da humildade. A má sorte estava nos atrapalhando para conseguir os resultados, mas sempre tivemos o apoio da diretoria do clube.