Temporais provocados pelo avanço de uma frente fria deixaram estragos no Oeste de Santa Catarina na tarde dessa quinta-feira (23). De acordo com a Defesa Civil estadual, o fenômeno chamado de “frente de rajada” foi registrado na cidade de Santa Helena, no Extremo Oeste.
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Raios e fortes rajadas de vento provocaram danos em uma plantação de eucaliptos e destelharam estruturas na região. Já por volta das 16h, uma tempestade intensa passou por Santa Helena.
O município registrou destelhamentos e queda de árvores por conta de uma frente de rajada que acompanhou o temporal. O coordenador regional da Defesa Civil afirmou que se trataram de danos pontuais, sem uma trajetória.
O que é frente de rajada
Uma frente de rajada ocorre na borda de uma nuvem de tempestade, quando correntes descendentes alcançam a superfície, fazendo com que o ar frio se expanda para os lados. Ou seja: o ar mais frio desce com força, causando o vento forte, enquanto o ar quente sobe, alimentando ainda mais o temporal, o que potencializa estragos.
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O órgão também destacou que “o campo de velocidade radial do vento não apresentou um dipolo”, ou seja, não houve mudança rápida na direção do vento, o que caracterizaria um tornado. Da mesma forma, não houve queda significativa da quantidade de água líquida dento da tempestade, o que seria característica de microexplosão.
Veja fotos da frente de rajada
Estragos causados pelas chuvas
A chuva intensa e o vento forte entre esta quinta (23) e sexta-feira (24) provocou estragos em algumas regiões do Estado, em especial no Oeste, onde choveu entre 45 e 55 milímetros em 12 horas nas cidades da região.
Na cidade de Seara, uma árvore caiu na Rua do Comércio, prejudicando o trânsito na via que liga o município a Concórdia e prejudicou a rede elétrica. Não houve vítimas.
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Já em Chapecó, uma cratera se abriu na esquina das ruas Marechal Floriano Peixoto e Borges de Medeiros. Um carro caiu no buraco, que segundo a Guarda Municipal, tem um metro de profundidade e dois metros de largura.
Um homem, que estava sozinho no veículo, relata que havia muita água na pista e só sentiu o carro afundar. A rua deve ficar parcialmente isolada para as obras de fechamento do buraco.
Deslizamento e queda de barreira
Também na noite de quinta-feira, um deslizamento de terra arrastou parte da garagem de um prédio e fez com que os moradores do edifício precisassem deixar o local. Um carro foi arrastado junto com o desmoronamento.
Moradores teriam escutado um estrondo momentos antes de verem uma fissura se abrir na divisa com o terreno vizinho. Ao perceberem a fissura, os moradores retiraram alguns veículos da garagem. Porém, logo em seguida houve o desmoronamento, que arrastou a cobertura da garagem, a central de gás do prédio e um veículo.
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O local foi isolado e os moradores do prédio levados para um hotel. Ninguém ficou ferido. A construtora responsável pela obra se comprometeu em realizar um laudo do sistema estrutural da edificação, para então liberar a utilização, realizar uma avaliação no sistema de contenção pelo responsável técnico do sistema e colocar lona na região atingida para minimizar a percolação do solo.
Em Caçador, choveu 73 milímetros durante a noite de quinta para sexta, o que fez com que o rio do Peixe e o rio Caçador saíssem do leito. Seis pessoas ficaram desalojadas. Além disso, houve uma queda de barreira no Km 72,950 da rodovia SC-135. A queda aconteceu por volta das 6h15 desta sexta-feira (24) e deixou o trânsito fluindo em meia-pista, segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv).
A cidade de Rio das Antas também registrou uma via alagada. Xanxerê registrou alagamento pontual e queda de árvores. Em São João do Sul, no Sul do Estado, 130 pessoas estão desalojadas e a comunidade de Barrinha está isolada. Duas vias estão interditadas, e 40 pessoas isoladas.
Rio do Sul em situação de enchente
Com as chuvas que atingiram a cidade de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, na madrugada desta sexta-feira, a cidade voltou a situação de enchente. Foram registrados 46,8 milímetros de chuva, e o nível do Itajaí-Açu subiu cerca de dois metros.
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Algumas áreas da cidade, como a região da ponte da Rua Wenceslau Borini, ficaram alagadas. A Guarda Municipal monitora outras áreas baixas na cidade, mas ainda sem registros de interdição.
A prefeitura monitora o aumento do nível do rio, que deve ficar estável em 7,5 metros já que não há mais previsão de chuva. No último sábado (18), Rio do Sul registrou o dia mais chuvoso dos últimos oito anos, segundo a Defesa Civil, com um volume de 152,2 milímetros de chuva. O temporal causou enchente e água invadiu várias casas. Por conta disso, 65 pessoas ainda estavam em abrigos na manhã desta quinta.
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