A saída de Catamarã, na Beira-Mar Norte, marca o início da volta da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones como ponto turístico, em Florianópolis, após três anos de obras de restauração e R$ 8 milhões de investimentos. A estrutura histórica, construída desde 1740, surpreende de longe as mais de 200 pessoas a bordo do catamarã.
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Vista como o terceiro vértice do triângulo defensivo da Baía Norte da Capital, responsável por “guardar” a Ilha de SC junto com as Fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim e de São José da Ponta Grossa no século 17, o edifício resguarda grandes blocos de rocha utilizados para ameaçar possíveis invasores da Ilha, na época. Esta é a segunda vez que a Fortaleza é restaurada — na primeira, houve também uma reconstrução de partes da edificação, que estava abandonada.
Capitaneado pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2020, a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones deve receber, a partir de sua abertura, centenas de visitantes, conforme previsão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que administra o local.
Apesar de ter sido inaugurada nesta segunda-feira, a Fortaleza deve ser aberta para visitação de público externo em 30 dias, conforme informou a universidade.
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— É um resgate da memória, e um incentivo para a pesquisa e extensão — diz o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza.
Na primeira vez em que teve a estrutura recuperada, as obras foram governadas pela UFSC, que liberou visitação pública para o local em 1991, tornando as três fortalezas do triângulo defensivo da Baía Norte os pontos turísticos mais procurados do Estado. Anualmente, até 2020, mais de 200 mil pessoas passavam pelas três Fortalezas da Capital.
Desta vez, as obras incluíram recuperação dos rebocos à base de cal, piso e forros, e a colocação de lugares acessíveis. As coberturas também foram refeitas, assim como instalação elétrica e hidráulica. Conforme o Iphan, foi implantado também um sistema de prevenção de descargas atmosféricas e incêndio.
— O sistema defensivo da Ilha é testemunho do momento de ocupações e a necessidade de defesa, queremos buscar o reconhecimento da Unesco como patrimônio mundial — diz Regina Santiago, superintendente da Iphan em Santa Catarina.
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A conferência da Unesco que seleciona pontos como patrimônio mundial acontece em 2024. De acordo com o presidente do Iphan, Leandro Grass, o objetivo é reunião memória, história e turismo em um instrumento cultural de preservação.
— Presente de aniversário para Florianópolis, imagina que essas construções estão aqui desde 1740. Queremos contar a história para que sintam como construímos essa parte da cidade e dar a importância para o que é nosso — complementa o prefeito, Topázio Neto.
História
A Fortaleza de Santo Antônio de Ratones foi abandonada em 1777, durante a invasão espanhola, e desativada no século 19, conforme explica o Iphan. Administrada atualmente pela UFSC, o local chegou a ser ocupado no decorrer da Revolução Federalista e depois teve seu uso modificado. Só em 1991 o local foi definido como ponto turístico.
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