Em qualquer mesa: mundo
A saúde muito dura,
comendo bem de
tudo. Preconceito?
Só da gordura.
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Nápoles, Itália
humor me emocionou e
chorei; da lágrima, eu ri.
…E o macarrão? Eu comi.
Mont Saint Michel, França
Nesta soma de “anos metálicos” que já vivi, anos de prata, anos de aço, anos dourados, anos de bronze, anos de ferro, vão nos ensinando a criar o nosso próprio mundo. Pela carga dura, talvez com materiais menos pesados e agressivos, seria mais doce. Macios como as plumas, leves como a seda, líquidos como o vinho, invisíveis como os perfumes.
Formar nossos sonhos. Sem perder a força de nossos desejos. Poderíamos escrever de maneira poética a nossa própria história. Na idade em que estou, foi rotulada de “terceira”, por alguém da segunda classe sim, porque agora idoso tem prioridade. Não fui aprendendo pela experiência da vida, mas aprimorando as brincadeiras que fazia na minha primeira infância.
“O fazer de conta”, brincar de “ser Deus”, recriar o universo. Ser herói como superhomem. Não magoar ninguém, criar o nosso próprio paraíso, um jardim secreto,
um lugar ideal. Lá, sem dor nem medo, sem fome nem frio. Muito mais, sem trânsito,
nem multa. Com meu desenho contínuo a “brincar de fazer de conta”. Com ele me
permito mudar o ponto de vista. Com meu olhar que faz curvas, rodopio com a mente em linha reta. Não quero provar nada a ninguém.
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Apenas continuar com minhas tintas a brincar. Apenas nós dois, eu e eu mesmo, qualidade dos filhos únicos, ou dos fi lhos mais velhos, que por falta de irmãos aprendem a administrar a solidão. Cresci, mas continuo a brincar e sem ser um maluco. Com humor, tenho uma boa desculpa – …Sou artista. Porém, sugiro a todos os adultos a fazerem o mesmo. Libertar as fantasias, empinar a criatividade, delirar na imaginação e navegar na maionese. Viveríamos em uma “adorável loucura”… Sim, porque a turma do governo já vive.
Porto Alegre, Brasil
Fui visitar um amigo que está em depressão. De pijama puído, barba por fazer,
descabelado, mas sempre gentil. Serviu um café aguado e disse que está com a alma mole, numa total impotência. … Pelo café e o bule, confirmou.
Arles, França
Como Van Gogh, grande artista, a orelha cortei com faca afiada. Uma joia que faz vista, belo brinco da amada
Jardim Botânico, Rio
Normal de casaca e cartola.
Com inveja de tanta beleza,
borboleta prendi na gaiola.
Museu do Louvre, Paris
Gioconda, a mulher mais valiosa, mais misteriosa, a mais fotografada do mundo. Moradora do endereço mais nobre do planeta. Ela, como tantos, também usa a camiseta com a imagem de seu ídolo.
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