Formada pelo Bolshoi, Paula Oliveira está arrumando as malas para dançar na Áustria

Ela tem 20 anos, mas já dança pelo menos metade da sua vida. A jovem Paula Oliveira está arrumando as malas para a Áustria. Formada em Dança Contemporânea pela Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, em 2007, a bailarina se prepara para viajar em setembro para dançar em uma companhia da cidade de Salzburg.

A jovem que nasceu em Três Pontas (MG) dança desde os 11 anos. Veio para Joinville em 2006. Descolada, divertida, tímida e, até certo ponto, medrosa, ela mete a cara e encara os desafio como se tivesse 30 anos. Depois de formada pelo Bolshoi, Paula não sabia o que fazer.

– A gente se forma e fica um pouco sem rumo. É meio estranho – confessa.

Em fevereiro, a bailarina resolveu arriscar. Fez audição para a Salzburg Experimental Academy off Dance e ficou aguardando o resultado. Na espera, foi para Belo Horizonte e ingressou na Companhia de Balé Jovem do Palácio das Artes. Um mês depois, ficou sabendo que havia sido aprovada.

– Nossa. Fiquei muito feliz – conta.

Ela dançou em BH até junho e decidiu parar. Veio neste mês para Joinville para acompanhar o 26º Festival de Dança e se despedir dos amigos.

– É muita gente. Então, vou ficar um tempo aqui para dar tchau pro pessoal.

Durante o festival, Paula participa de cursos e workshops. Em agosto, ela volta para sua cidade para se despedir do pessoal.

Por incrível que pareça a jovem precisa de patrocínio. Ela está indo por conta própria e os pais vão ajudar nos gastos: passagem, estadia, comida.

– Tenho um pouco de medo, mas vida de bailarino é assim mesmo. Viagem e mais viagem. Tenho de me preparar porque serão três anos de curso na Áustria. Neste tempo, Paula vai estudar dança contemporânea, sua paixão.

– É a única coisa que sei fazer: dançar. E a dança é isso, expressão, o sentimento do bailarino mesmo. Não temos um personagem. É momento de inovar.

Para se virar por lá, está tendo aulas de alemão há seis meses, mas confessa que é difícil.

– É muito complicado. Mas acho que mais difícil ainda é deixar o pessoal – garante.

Agora é só cruzar os dedos e torcer para que a Áustria a ajude também.