O Ford Modelo T, carro que iniciou a revolução do automóvel na América do Norte e estabeleceu as bases da produção industrial moderna no século XX, completa 100 anos nesta quarta-feira. O veículo, desenhado por Henry Ford, foi concebido por seu criador como o verdadeiro “carro universal” com a intenção de revolucionar o mundo rural americano.
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Quando o Modelo T apareceu, em 1º de outubro de 1908, custava apenas US$ 825 e estava disponível somente em uma cor.
– Os clientes podem escolher qualquer cor, desde que seja preto – dizia Ford, que logo percebeu que o veículo realmente atendia às necessidades dos americanos que viviam no campo ou na cidade.
O Modelo T original deu lugar a versões caminhonete e pickup, esta última ideal para o campo, onde foi muito popular. Em 1914, a demanda era tão grande que Henry Ford foi obrigado a encontrar outra forma de suas fábricas produzirem o automóvel. As mudanças deram lugar ao estabelecimento da primeira linha de montagem na qual o veículo era feito à medida em que percorria a fábrica.
A mudança permitiu aumentar de forma espetacular a taxa de produtividade das fábricas da Ford, que passou de um veículo a cada 12 horas para um a cada 90 minutos. Junto a isto, Ford instituiu turnos de trabalhos de oito horas.
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Em 1921, as vendas do Modelo T eram mais da metade das registradas em nível mundial. Mas, em 1927, os concorrentes já tinham aprendido as lições e estavam produzindo veículos melhores e tão baratos quanto o de Ford.
Hoje em dia, calcula-se que ainda existam entre 100 mil e um milhão de Modelos T. Em 27 de novembro, a Ford deve encerrar as comemorações pela criação do carro com sua participação no tradicional Desfile do Dia de Ação de Graças em Detroit. A Ford, que enfrenta a crise mais grave de sua história junto com o resto do setor automotivo americano, disse hoje que o desfile contará com a presença de 19 Modelos T, em alusão aos 19 anos em que o “Ford de Bigode”, como ele também era conhecido, foi produzido.