As tropas do marechal que controla o leste da Líbia, Jalifa Haftar, avançam rapidamente em Derna, a única cidade da região que escapa de seu controle, onde, admitem, que enfrentam “bolsões de resistência” e ataques suicidas.
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O Exército Nacional líbio (ENL, autoproclamado), dirigido pelo marechal Jalifa Haftar, realiza desde o mês passado uma ofensiva militar para “liberar” Derna, bastião dos islamitas radicais e a única região do leste líbio que não puderam controlar.
Desde o começo da ofensiva, a população enfrentou a escassez de alimentos e medicamentos, assim como as interrupções de energia, água e telecomunicações.
Os confrontos continuavam nesta terça-feira de maneira intermitente nessa cidade costeira situada a mais de 1.000 km a leste Tripoli, sob o controle de uma coalizão de milícias islamitas e extremistas desde a queda de Muamar Kadafi em 2011.
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Esses combates opõem as forças pró-Haftar e “o que resta dos grupos terroristas em algumas ruas e avenidas do centro da cidade”, disse à AFP o general Ahmed al Mesmari, porta-voz do ENL.
Ele acrescentou que o ENL “continua avançando”, apesar dos “bolsões de resistência” e do “recurso” dos atentados suicidas usados pelos terroristas.
– “Uma questão de tempo” –
Na terça-feira, as forças do ENL sofreram um duplo ataque suicida em Chiha, ao sul de Derna, informou outro porta-voz do exército, Jalifa al Abidi.
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Até o momento não há nenhum balanço que indique que há civis entre as vítimas pelos ataques. Abidi apenas citou o caso de uma família cujo teto da casa desmoronou por causa das explosões, mas não deu mais detalhes.
O porta-voz disse que outro atentado suicida deixou dois mortos e três feridos na segunda-feira entre as forças dp ENL.
As forças pro-Haftar “avançam a passo seguro para libertar uma área que está muito restrita, antes da libertação de toda a cidade de Derna”, assegurou.
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A “libertação de Derna é somente uma questão de tempo”, disse o chefe das operações na cidade, o general Abdesalam al Hasi. Ele acrescentou que foram enviados alimentos, combustível e medicamentos às “zonas libertadas”.
Federica Saini Fasanotti, do instituto Brookings em Washington, expressou seu ceticismo sobre a possibilidade de uma vitória rápida.
“Não estou certa de que essa ofensiva (de Haftar) levará a uma vitória rápida em termos militares. No nível social já é um desastre”, acrescentou.
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A analista lembrou que a cidade de Benghazi segue sem alcançar totalmente a paz, um ano depois do anúncio pelo ENL de sua libertação dos grupos extremistas.
Nesta segunda-feira, a Anistia Internacional alertou em um comunicado sobre “uma catástrofe humanitária” na cidade com mais de 120.000 habitantes.
* AFP