As forças iraquianas se aproximavam nesta segunda-feira de Tal Afar depois de ter se apoderado de vários povoados no segundo dia de sua ofensiva para retirar o Estado Islâmico (EI) de um de seus últimos redutos no Iraque.

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Apoiada pela coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos, as forças pró-governamentais – que agrupam o exército, a polícia federal e local, as forças especiais antiterroristas e 20.000 membros da organização paramilitar Hashd Al Shaabi – abriram três eixos em direção a Tal Afar (norte).

A PF afirmou ter assumido o controle de quatro povoados no front oeste de Tal Afar. E o Hashd Al Shaabi, dominado pelas milícias xiitas apoiadas pelo Irã, anunciou trer avançado até os subúrbios na zona oeste da cidade.

Em um discurso exibido na televisão no domingo, o primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi, vestido com uniforme militar e de pé diante da bandeira e de um mapa do país, anunciou “o começo da operação para libertar Tal Afar”.

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“Aos homens do Daesh, digo que não lhes resta outra alternativa mais que a rendição ou a morte”, acrescentou, utilizando o acrônimo em árabe do EI.

“Vencemos todas as nossas batalhas e o Daesh sempre perdeu”, completou, antes de dirigir uma mensagem a suas tropas: “O mundo inteiro está com vocês”.

Poucas horas depois do início da batalha, a Polícia Federal anunciou que recuperou o controle da localidade de Al-Abra al-Sghira, ao oeste de Tal Afar.

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A ofensiva foi lançada um mês depois que o EI perdeu a cidade de Mossul, a segunda maior do país e último grande reduto extremista em área urbana no Iraque, onde o líder do grupo, Abu Bakr Al Baghdadi, fez sua única aparição pública em julho de 2014.

Situada 70 km a oeste de Mossul, a cidade histórica de Tal Afar tinha, antes de ser tomada pelo EI há três anos, 200.000 habitantes, em sua maioria turcomanos.

A batalha de Tal Afar é uma etapa importante na ofensiva antijihadista, tanto no Iraque, como na vizinha Síria, onde o EI também é alvo de inúmeros ataques.

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A tomada da cidade, asseguram as autoridades iraquianas e da coalizão internacional, tornaria ainda mais difícil a passagem de armas e extremistas entre os dois países.

O EI invadiu áreas extensas do norte e oeste do Iraque em 2014, mas as forças do país conseguiram recuperar grande parte do território desde então.

Após a retomada de Tal Afar, o governo iraquiano planeja uma ofensiva no sul para reconquistar Hawijah, na província de Kirkuk, 300 km ao noroeste de Bagdá.

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Os jihadistas ainda controlam áreas em Al-Anbar, uma província na fronteira com a Síria, que representa grandes desafios de segurança.

O EI também sofreu grandes perdas na Síria, onde os combatentes apoiados pelos Estados Unidos reconquistaram quase metade de Raqa, a capital de fato dos extremistas.

* AFP