As forças curdas do Iraque invadiram as instalações de uma companhia estatal de petróleo, nesta quinta-feira (2), resultando na suspensão temporária do bombeamento de um dos maiores gasodutos no país – de acordo as autoridades.
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No momento em que os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) estão perdendo terreno, essa demonstração de força pressagia um aumento das fraturas no Iraque, por um lado, entre Bagdá e a região autônoma do Curdistão e, do outro, entre os dois principais partidos do Curdistão.
Caminhões e veículos blindados foram mobilizados na entrada da Companhia Petrolífera do Norte na província de Kirkuk, e as forças curdas bloquearam o bombeamento do oleoduto que liga os campos de petróleo de Kirkuk ao porto turco de Ceyhan, no Mediterrâneo.
As operações foram retomadas algumas horas mais tarde, indicou um funcionário da empresa.
Um líder do partido da União Patriótica do Curdistão (UPK) disse à AFP que se tratava de uma “mensagem” enviada ao governo federal em Bagdá.
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“Damos a Bagdá uma semana para estabelecer uma refinaria em Kirkuk e parar de enviar petróleo para outras províncias do Iraque”, disse Asso Mamand, ameaçando assumir o controle total da companhia petrolífera.
No início do ano, foi alcançado um acordo para o estabelecimento de uma refinaria em Kirkuk, mas as obras ainda não começaram.
O Partido Democrático do Curdistão (PDK), do presidente da região autônoma, Massud Barzani, pediu explicações ao rival.
“Pedimos (…) que esclareçam a razão para a presença de suas forças no terreno da Companhia Petrolífera do Norte”, reagiu um dos líderes do PDK, Mohammed Khorsheed.
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A região petrolífera de Kirkuk, oficialmente parte do Estado federal iraquiano, é predominantemente controlada pelas forças do UPK desde 2014, quando as forças federais tiveram de se retirar frente à ofensiva do Estado Islâmico.
Agora, os curdos querem manter esse ganho territorial.
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