A procura e interceptação do inimigo tem toda a técnica exigida em uma zona de guerra, a diferença é que mesmo que avisos sejam dados nenhum tiro é disparado. Assim ocorre a Operação Atlântico III no Litoral catarinense. O treinamento das Forças Armadas começou na segunda-feira e segue até o próximo dia 30 em toda a costa desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, e Itajaí, claro, é um dos pontos estratégicos deste exercício.

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A operação tem como finalidade preparar militares para defender a chamada Amazônia Azul, que compreende todas as riquezas encontradas na costa brasileira. Cerca de 10 mil militares participam do treinamento que envolve ainda nove embarcações e seis helicópteros da Marinha, mais de 200 viaturas do Exército e 15 aeronaves da Aeronáutica.

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Em Santa Catarina, plataformas e portos são os focos do treinamento. A primeira Operação Atlântico ocorreu em 2008, logo após a descoberta da camada de pré-sal, e em 2010 foi feita a segunda edição do exercício.

– Os recursos da nossa Amazônia Azul são duas vezes maiores que os da verde, é a região que concentra 80% de todo o petróleo brasileiro – diz o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí, comandante Fernando Anselmo Sampaio Mattos.

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Ele explica que mesmo o Brasil sendo um país pacífico é importante estar preparado para defender as riquezas, especialmente o “ouro negro”.

– Quando você sai de casa não deixa a porta aberta porque se essa porta ficar aberta outros podem entrar – exemplifica.

Exercício

A Operação Atlântico III ocorre como uma espécie de jogo. As equipes são divididas em dois times e enquanto um ataca o outro defende o território. Nesta terça-feira, dois navios patrulha e um helicóptero participaram de uma das etapas em Itajaí.

O capitão de corveta, fuzileiro naval Lima Soares, fez um sobrevoo de uma hora para detectar a presença do time B. No exercício, ele teria de passar a posição dos navios. O helicóptero retornou à base, na Capitania dos Portos, ao ser verificado que a área estava limpa.

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– Ontem (segunda-feira) tivemos um treinamento de resgate, com a presença de um médico da Marinha, e estamos prontos também para agir em situações reais – completa o capitão.

Antes da aterrisagem do helicóptero, a área para pouso é varrida e é feita a chamada Patrulha do DOE (Danos por Objetos Estranhos). Doze militares percorrem a área a procura de objetos na pista que possam causa acidentes. Por volta das 11h de desta terça, pouco antes do pouso, os patrulheiros encontraram pedras, clipes e uma xepa de cigarro na pista.

Essa segurança redobrada, em operaçãoes com aeronaves, segundo o comandante Anselmo, faz com que a Capitania dos Portos de Itajaí nunca tenha registrado um acidente, tendo sido premiada neste quesito.

Para os próximos dias estão previstas ações de controle de área de tráfego marítimo, missões de interceptação, defesa da Costa, patrulha marítima, transporte aéreo logístico, defesa antiaérea e coordenação e controle do espaço aéreo.

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