Uma ação integrada para reabilitação e retirada de pessoas em situação de rua e usuários de drogas aconteceu nesta quinta-feira no viaduto do bairro Campinas – limite entre Florianópolis e São José. A ação foi promovida pelo Ministério Público, as guardas municipais dos dois municípios, Polícia Militar e outros órgãos de segurança e assistência social – entidades que compõem o Grupo Permanente em Defesa das Pessoas em Situação de Rua. O local é conhecido como “faixa de gaza” e cracolândia.
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Em entrevista ao programa Direto da Redação, da CBN Diário, o promotor de justiça Daniel Paladino disse que essa ação deve ser realizada com mais periodicidade, porque o cenário encontrado agora era pior do que há um ano:
— Já faz mais ou menos um ano da última operação. A situação encontrada é mais complicada do que a que encontramos há um ano. Normalmente a situação fica regularizada nessas regiões por três ou quatro meses. Essa operação tem que ser realizada de forma menos espaçada, a cada dois ou três meses, para se manter uma certa ordem no local. Todas pessoas abordadas terão opção de escolher se querem continuar em situação de rua, ou serem ajudadas pelo poder público. Queremos levar essas pessoas para centros de reabilitação.
Essa operação, da maneira como está sendo realizada, já tem mais de dois anos:
— Temos várias pessoas que se reabilitaram. Na última ação realizada na rua Deodoro, no Centro, mais de 90 pessoas foram atendidas. Muitas delas aceitaram propostas de trabalho e deixaram as ruas.
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O promotor também falou de um projeto de revitalização que está sendo feito pelo Dnit para a área lateral do viaduto.
— Esse projeto vai ser construído a partir de hoje. Na semana que vem já teremos uma reunião com engenheiros do Dnit que vão nos apresentar um projeto preliminar de canalização de alguns espaços aqui. O esgoto corre a céu aberto aqui. Há pessoas dentro das tubulações correndo sérios riscos de vida. É um processo de revitalização que não inclui só o Dnit, mas também todas as entidades e as duas prefeituras.
Para retirada do lixo acumulado, foram necessários três caminhões da Comcap. A polícia civil trabalhou na identificação das pessoas, já que elas não tinham documentos. Cada uma foi fotografada, as digitais recolhidas e as tatuagens também registradas. Ao fim, 34 identificações foram feitas.

A secretária de Assistência Social de Florianópolis, Katherine Schereiner, falou das próximas etapas de atendimento que devem vir:
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— A partir de agora eles vão ser atendidos pelo Centro Pop, tanto o de São José quanto o de Florianópolis. Em Florianópolis, nós estamos com dificuldades em um atendimento maior porque os servidores estão em greve. Então, eles abrem só alguns dias da semana para banho. Por isso, São José vai nos ajudar nessa etapa. E a partir daí, todas essas pessoas vão passar por atendimento mais intensivo pelos nossos serviços de assistência social.
A secretária também falou sobre a possibilidade de fechamento da área que vinha sendo ocupada em baixo das vias:
— Também a gente está trabalhando para organizar melhor este espaço. Seja de fazer um fechamento para que não tenha de novo essa ocupação indevida e essa queima de material em baixo do viaduto que acaba colocando ele em risco.
Operação na cracolândia é destaque no Direto da Redação, com @MatBOAVENTURA. Acompanhe ao vivo. pic.twitter.com/pIif6SVmh7
— CBN Diário (@CBNDiario) 26 de abril de 2018Continua depois da publicidade