Começou nesta segunda-feira, 23, a semana de combate à dengue em Florianópolis, com uma série de ações planejadas para diminuir os focos do mosquito, fiscalização e conscientização da população. As áreas mais propícias à proliferação da doença são terrenos baldios, ferros-velhos, borracharias e oficinas mecânicas.

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A região continental de Florianópolis foi o alvo da força-tarefa neste primeiro dia por ser a que tem mais pontos de foco encontrados neste ano: 185 até o momento. Proprietário de um ferro-velho no bairro Jardim Atlântico, Domingos Cardoso foi um dos notificados. Nenhum foco foi encontrado no local, mas ele precisa apresentar o alvará de funcionamento do estabelecimento:

– Eu tenho preocupação, quando vejo que acumulou água eu algum lugar eu já tiro. Tenho filhos, netos, não quero que ninguém pegue dengue, mas esse lugar é o sustento da família – explicou.

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Número de focos do mosquito transmissor da dengue aumentou 865% nos últimos três anos

Um terreno baldio próximo dali também estava cheio de entulho acumulado. Durante a fiscalização da equipe, o dono do entulho, Joel Fagundes, chegou e assinou um termo se comprometendo a retirar a sujeira no prazo de 48 horas. O proprietário do terreno também será intimado a fazer e manter a limpeza do local.

O coordenador de combate à dengue, Carlos Gonçalves Gil, explica que mesmo que não sejam encontrados focos no momento, estes locais têm uma grande probabilidade de gerar problema pela quantidade de coisas acumuladas.

– Os donos têm responsabilidade de manter seus terrenos limpos. Pro mosquito da dengue colocar uma larva basta pouca água, então alguns locais podem ser criadouros – explica.

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Apenas neste ano, Santa Catarina registrou cerca de 3,3 mil casos da doença, a grande maioria no município de Itajaí. A capital catarinense continua livre de registros de contaminação dentro do próprio território, porém foram encontrados 227 focos, sendo 185 no Continente, 28 no Norte, cinco no Centro e nove no Leste. Além disso, foram mapeados 185 desses pontos estratégicos, que serão fiscalizados semanalmente.

Confira as ações

Terrenos: a equipe de geoprocessamento da prefeitura, em parceria com a Vigilância Sanitária e Ambiental, já está mapeando os locais onde há possibilidade de focos do mosquito da dengue. Até agora, são 104 no Continente e 43 na Ilha. Todos receberão, nos próximos dias, uma carta da prefeitura comunicando sobre a necessidade de limpeza do terreno.

Em seguida, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano passará a multar em R$ 500,00 aqueles que não regularizarem a situação. Ao mesmo tempo, os agentes do Programa de Combate à Dengue farão as análises dos possíveis criadouros do mosquito. Aqueles que forem reincidentes serão multados sucessivamente, no mesmo valor, a cada 15 dias, até que o local esteja limpo. Os casos mais graves serão encaminhados ao Ministério Público.

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Educação: Também serão realizadas ações educativas e de conscientização, tanto da população quanto dos funcionários da Prefeitura que atuarão direta ou indiretamente nas ações de combate à dengue. É o caso dos fiscais da SMDU e da SESP, da Floram, assistentes sociais, Defesa Civil, trabalhadores da Comcap e Pró-Cidadão.

Denúncias: a ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde é o canal de comunicação da população para denunciar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. Os telefones são (48) 3239-1537 ou 3239-1569. Há também um espaço da ouvidoria para denúncia on-line, na página da Secretaria de Saúde. As denúncias são encaminhadas ao Programa de Combate à Dengue, que faz o trabalho de análise e contenção dos possíveis focos. Em média, levam sete dias para a resposta sobre a reclamação.