A nuvem amarelada ainda assolava São Francisco do Sul na madrugada de sexta-feira e causava apreensão nas pessoas que atuavam na linha de frente dos trabalhos de combate. O que movia as equipes era a certeza de que até o meio-dia a fumaça seria controlada. Com especialistas se debruçando sobre o caso, o combate tomou um rumo certo ainda na quinta e exatamente às 6h08 de sexta, após 57 horas consecutivas de trabalho, o comandante do 7º Batalhão dos Bombeiros Militares, responsável pela região Norte de SC, Sérgio Mello, avisou que o transtorno havia acabado.
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Depois da dificuldade em descobrir as propriedades do material químico e de informações desencontradas sobre o perigo da fumaça, foi na quarta, às 10h, que todas as equipes – bombeiros, Defesa Civil, Exército, Marinha e especialistas – uniram-se e garantiram a integração dos trabalhos. A operação era de risco – 10 mil toneladas de material – e várias tentativas para acabar com a fumaça foram testadas, até o encharcamento com espuma.
Segundo o comandante dos bombeiros, a mudança constante da direção dos ventos também dificultava o trabalho. A fumaça atingia as equipes e era preciso paralisar tudo. Um bombeiro passou mal. David Marcelino continua internado na UTI do Hospital Regional de Joinville.
Com a orientação do gerente de saúde e segurança da empresa Vale, e membro do conselho de produtos perigosos da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Manoel Santos Dutra, que chegou a São Francisco na quinta ao meio-dia, a água potável passou a ser a solução viável. Foram 2 milhões de litros de água utilizados nos trabalhos.
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– Começamos o encharcamento do material. No composto de nitrato de amônia, temos vários núcleos térmicos. Tínhamos que extinguir estes núcleos para exterminar a fumaça – explicou.
Com a ajuda de um equipamento comprado emergencialmente pelo governo do Estado para medir a temperatura do local, os núcleos foram encontrados e com apoio de máquinas pesadas, que espalhavam o fertilizante, foram destruídos. O produto tem a aparência de barro. Com os tratores, ao longo do dia, o material foi sendo retirado do armazém até a manhã de ontem, quando todos os epicentros de calor foram controlados e a fumaça química totalmente extinta.
Para o especialista paulista, a ação pode ser considerada um sucesso. As orientações foram prontamente seguidas, e após o rumo certo, levou cerca de 10 horas para a fumaça ser controlada.
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