Santa Catarina vem lançando mão de estratégias inócuas e inoperantes diante das ações orquestradas pelos marginais.
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O Estado de Santa Catarina agiu acertadamente, e com menos relutância do que no ano passado, ao aceitar a ajuda do governo federal no combate ao crime organizado, responsável por dezenas de ataques deflagrados nas últimas semanas. Os homens da Força Nacional, que começaram a desembarcar no sábado, vêm com a missão de reforçar o trabalho nas fronteiras e de desarticular os criminosos ligados ao tráfico de drogas. A leitura governamental é a de que, ao contrário das outras ondas de atentados, a origem da atual afronta das quadrilhas aos poderes constituídos estaria mais relacionada à repressão ao narcotráfico e menos à insatisfação com o sistema prisional.
Espera-se que, desta vez, a união de esforços tenha efeitos bem mais duradouros e seja capaz de asfixiar o crime organizado, impedindo efetivamente a repetição dos fatos que têm levado o terror a várias cidades catarinenses. Sem descuidar do policiamento ostensivo nas ruas, que inibe a ação dos bandidos e passa uma sensação de maior segurança à população, o ponto central do debate é a política prisional. É urgente uma ação efetiva, de Estado, que impeça a organização criminosa nas próprias celas. Não é possível que os detentos continuem comandando as facções de dentro dos presídios.
Cabe então uma vigilância cada vez mais rigorosa nos presídios, com revistas apuradas, eficiente bloqueio de sinais de celular, além da transferência e isolamento dos delinquentes considerados de maior periculosidade. Se essas ondas de vandalismo e criminalidade nascem nas penitenciárias, é lá que precisam ser abortadas. Se esse diagnóstico não é novo, por que o Estado vem lançando mão de estratégias que têm se mostrado inócuas e inoperantes diante das ações orquestradas pelos marginais?
A reeleição em primeiro turno do governador Raimundo Colombo fortalece ainda mais seu poder de reação para agir contra o crime. O melhor a fazer, inclusive em respeito e agradecimento ao eleitorado, é elaborar um plano de ação efetivo para conter essa violência que compromete o Estado como mercado turístico e deixa a população em pânico permanente.
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