A revista americana Forbes publicou dois artigos esta semana comentando o caso de espionagem na Petrobras. O primeiro deles, assinado por Christopher Helmandefende a ação da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) e afirma que seria muito mais chocante se a NSA não estivesse reunindo toda a informação possível sobre o Brasil e a Petrobras, a qual chamou de estatal inchada, marcada por corrupção.
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A revelação de que a Petrobras foi alvo de espionagem é baseada em documentos ultrasssecretos entregues pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden, asilado na Rússia. O material para a reportagem foi entregue a Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro e é correspondente do jornal britânico The Guardian no Brasil.
Em nota publicada no jornal Washigton Post, a agência negou que fizesse espionagem com finalidade econômica, mas o nome da Petrobras aparece como alvo num passo a passo para invadir redes privadas. A finalidade econômica também aparece nos documentos da NSA entregues por Snowden.
O artigo da Forbes também cita os problemas enfrentados pela petrolífera e questiona a capacidade de investimento da empresa. Entre as justificativas, também estão supostos casos de corrupção envolvendo diretores da companhia e a preocupação das empresas no Exterior com a exploração da camada do pré-sal.
Ponto de vista distinto
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O texto causou alvoroço e o também comentarista da Fobes Agustino Fontevecchia escreveu um artigo rebatendo o ponto de vista do colega. No texto intitulado “Não há razão para a NSA espionar a Petrobras“, Fontevecchia chama a ação de espionagem de hipócrita na medida em que não envolve segurança e nem o interesse dos cidadãos americanos. Para ele, a postura do governo americano pisoteia a soberania dos outros países em nome da segurança nacional.
O colunista cita a economia forte e a liberdade de imprensa consolidada no país como sinais de que é improvável que uma versão brasileira de Hugo Chávez assuma o poder. E finaliza dizendo que a Petrobras é uma questão de negócios e não de segurança nacional.