As constantes descargas na noite de terça-feira na quitinete chamaram a atenção de vizinhos. Às 11h de quarta, quatro policiais chegaram ao local apontando armas e dando voz de prisão ao morador. Mesmo sem o flagrante que o incriminasse, a polícia o levou para a delegacia.

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Hugo Fabiano Barbosa, o Gamorra ou Chamito, 34 anos, natural de Volta Redonda (RJ), era procurado por estelionato. Mas as suspeitas contra ele vão além de golpes. Poucas horas depois, na sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis, Hugo foi apresentado como sendo disciplina geral da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

Ele era investigado havia três meses pela equipe da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Deic, sob o comando do delegado Cláudio Monteiro.

– Estava difícil de localizá-lo, vinha mudando de endereço e se escondendo. É um sujeito dissimulado – disse aos jornalistas o delegado.

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A suspeita é que Hugo passou a noite se livrando de entorpecentes ou outro material ilícito pelo vaso sanitário. Isso porque houve operação policial em que moram comparsas, no Continente, e de lá teria sido supostamente avisado da possibilidade de também ter a moradia revistada.

Na quitinete, a polícia não encontrou drogas nem armas. Não houve prisão em flagrante, mas Hugo estava com mandado de prisão decretado pela Justiça de Curitiba, no Paraná, por estelionato.

– Encontramos cartas de presídios e pen drive, material que vamos analisar bem para comprovar a atuação dele com a organização criminosa que age de dentro e fora dos presídios – disse Monteiro.

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O monitoramento da Deic aponta que Hugo seria responsável por cobrar criminosos que falham com a facção, seja em dívida de drogas ou outras ordens não cumpridas como decretos de morte. Uma das suspeitas da Deic é que Hugo estaria planejando atear fogo em veículos em cima da ponte Colombo Salles.

A polícia informou que o suposto envolvimento com líderes da facção se deu no sistema prisional, pois cumpriu pena por assalto no raio 4 da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, onde ficavam detidos isoladamente os líderes do bando.