Depois de cumprir a promessa de manter o Tigre na Série A, o técnico Argel Fucks deixa o clube pela segunda vez, visivelmente chateado. Na entrevista coletiva de despedida, na terça-feira, o técnico soltou farpas e creditou sua saída ao diretor de Futebol, Cláudio Gomes.
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A saída do clube foi informada pelo próprio Cláudio Gomes, após reunião no início da tarde. O dirigente disse que seu contrato não seria renovado por uma opção do clube. Mas Argel acredita que o problema é pessoal.
– Já teve esse problema na primeira vez que estive no Criciúma. Logo quando o Vadão saiu, já era para eu ter voltado, e o senhor Cláudio Gomes não quis, foi o voto contra. Espero que seja só uma opção, até porque ele é um grande conhecedor de futebol – ironizou Argel.
Mas depois de 15 jogos, seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas, com 48,88% de aproveitamento em sua segunda passagem pelo Criciúma, o técnico prioriza seu amor ao clube e à torcida.
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– O mais importante é essa sintonia que eu tive com o torcedor, que me tratou com muito carinho. Conseguimos recuperar o “Tigrão”. Então eu saio de cabeça erguida e deixo as portas abertas – declara.
Já o dirigente ressalta que o Criciúma está acima de problemas pessoais e que não tem decisão soberana.
– Se o presidente do clube Angenor Angeloni decidisse pela permanência do técnico, eu não teria autonomia para tirá-lo do clube como ele falou na entrevista – destacou.
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Gomes ainda ressaltou que Argel é um técnico com “muita pegada e sangue no olho”, que consegue extrair o máximo dos jogadores em um momento de adversidade.
– Porém, esta característica tem um desgaste intenso e data de validade curta – advertiu.
O dirigente ainda ressalta que o planejamento do Tigre para a contratação de um novo técnico começa após a saída de Argel, e que o perfil procurado para o Campeonato Catarinense é de um técnico agregador, que queira aproveitar alguns destaques da base junto a equipe profissional.
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Palavras do treinador
Antes de partir, Argel reuniu a imprensa local em um hotel para esclarecer seu desligamento do Criciúma e se despedir.
Ao fim da tarde de terça, o técnico fez questão de ir a pé do centro de Criciúma até o Santuário de Caravaggio, trajeto que já percorreu em 2010 para pagar pela promessa do acesso à Série B e refaz agora pela permanência e amor pelo Tigrão.
Confira o que disse o ex-treinador do Criciúma na coletiva:
Chegou a ter uma negociação pra você permanecer ou nem isso aconteceu?
Argel – Nem isso aconteceu. A gente tinha a nossa opção e a nossa intenção era permanecer no clube. Até porque a gente sabe o sacrifício que foi para tirar o Criciúma dessa situação e permanecer na Série A do Campeonato Brasileiro. Não teve proposta nenhuma de clube nenhum. A prioridade é sempre do clube que eu trabalho. Principalmente se tratando de Criciúma, pelo carinho que a gente tem pela cidade, pelo clube, pelos torcedores.
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Como aconteceu seu desligamento do clube?
Argel – Eu fui informado pelo diretor Cláudio Gomes. Foi uma decisão dele a não renovação. Não foi colocada nenhuma proposta. Até porque a parte financeira é o que menos ia importar nesse momento. Não importou na primeira vez, não iria importar na segunda.
Fica algum ressentimento?
Argel – Claro que a gente fica um pouco chateado, mas respeita a decisão do diretor de futebol, Cláudio Gomes, é uma decisão dele. Ele diz que a gente não tem o perfil para trabalhar no Criciúma no ano que vem. A partir de hoje sou um treinador desempregado e aí sim, vou escutar outros clubes, outras propostas.