O Brasil demorou 10 anos para voltar ao Grupo Mundial da Copa Davis, a elite do principal torneio de tênis entre seleções. A partir de desta sexta-feira, brigará para evitar a efemeridade desse retorno. Depois de perder na primeira rodada, em fevereiro, para os Estados Unidos, o time capitaneado pelo ex-jogador gaúcho João Zwetsch enfrenta na repescagem, no fim de semana, a Alemanha. Um novo revés devolve os brasileiros à segunda divisão.
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E o brabo é que os alemães entram como favoritos. Primeiro porque jogam em casa, na Ratiopharm Arena, em Neu-Ulm, na Baviera. Segundo porque a quadra é de piso duro – tradicionalmente, o Brasil não vai bem longe do saibro. E terceiro (mas não menos importante) porque seus tenistas estão melhor ranqueados do que os nossos.
Na Copa Davis, cada confronto entre seleções consiste em uma melhor de cinco jogos. Para os quatro duelos de simples (dois nesta sexta e dois no domingo), Zwetsch chamou os paulistas Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva, respectivamente números 116 e 127 do ranking. Seus adversários serão Philipp Kohlschreiber e Florian Mayer, respectivamente números 25 e 44 do mundo.
Por sorte, o capitão alemão, Carsten Arriens, não pôde contar com o veterano Tommy Haas, 13º da lista da ATP, que pediu dispensa devido à desgastante temporada. Os reservas brasileiros são gaúchos: Guilherme Clezar, nº 216, e Marcelo Demoliner, nº 371. O suplente europeu é Daniel Brands, nº 60.
Apenas nas duplas o Brasil tem vantagem. Vice-campeão do Aberto dos EUA ao lado do austríaco Alexander Peya, o mineiro Bruno Soares é o número 4 do mundo. Seu parceiro, o também mineiro Marcelo Melo, foi semifinalista no Grand Slam nova-iorquino (com o croata Ivan Dodig) e ocupa a 11ª posição no ranking.
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Na primeira rodada da Davis, Soares/Melo superaram no piso duro de Jacksonville, na Flórida, os quase imbatíveis gêmeos americanos Bob e Mike Bryan. A Alemanha convocou um estreante, Martin Emmrich, nº 35 na lista de duplistas – com quem ele atuará (e se atuará) só saberemos nesta quinta, dia da definição dos jogadores e do sorteio dos confrontos.
Brasileiros e alemães, cara a cara
Rogerinho nunca enfrentou seus prováveis rivais alemães; Bellucci já conhece os três. Em 2010, na quadra de saibro do Masters 1000 de Madri, eliminou Mayer: 6/7, 6/3 e 3/0 (abandono).
No mesmo ano, teve quatro duelos com Kohlschreiber. Perdeu os dois primeiros, em Auckland (piso duro), por 6/4 e 6/1, e em Mônaco (saibro), por 2/6, 6/3 e 7/6, e venceu em Hamburgo (saibro), por 7/5 e 6/4, e no Masters 1000 de Paris (piso duro), por 7/6, 5/7 e 6/3.
Em 2013, o alemão derrotou o brasileiro na estreia do Masters 1000 de Monte Carlo (saibro), por 6/4 e 6/2. Também em 2013, Bellucci virou contra Daniel Brands, 2/6, 6/4 e 6/2, na primeira rodada do Masters 1000 de Miami (piso duro).
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Os números do Brasil na Copa Davis
25 confrontos desde que o Grupo Mundial foi instituído, em 1981
9 triunfos, oito deles conquistados em casa
51 vitórias em 118 jogos, ou seja, 43,2% de aproveitamento
1 classificação como visitante: contra a Espanha, em 1999, no saibro
0 classificação em 11 disputas longe do saibro
12 vitórias em 51 jogos de simples como visitante
4 vitórias em 13 jogos de duplas como visitante
1 vitória em três duelos com a Alemanha: em 1992, no Rio. Perdeu em 1981, em São Paulo, e em 1988, em Essen, Alemanha
2 semifinais a partir de 1981, quando entrou em vigor o atual sistema: em 1992, quando parou na Suíça, e em 2000, quando foi eliminado pela Austrália