Os jogadores e as comissões técnicas das seleções masculina e feminina de vôlei do Brasil não compraram a ideia da Federação Internacional (FIVB) de “barrar” a participação na Copa do Mundo deste ano. Pelo contrário, sentiram-se todos prejudicados.

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Embora a decisão seja atribuída à Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV), há um movimento na entidade presidida por Ary Graça favorável à ausência do país-sede dos próximos Jogos Olímpicos na competição.

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– A decisão é consistente com o princípio de que uma equipe já classificada para um evento não participa no processo de qualificação para o mesmo – disse a FIVB.

O problema é que a Copa do Mundo vale ao campeão 100 pontos no ranking mundial, o que coloca o torneio no mesmo patamar de uma Olimpíada. Hoje, o Brasil é líder no masculino e vice-líder no feminino, posições que deverão ser perdidas devido à ausência já confirmada. E esse não é o único inconveniente.

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– É um campeonato de altíssimo nível, com as melhores seleções de todos os continentes. Nele, a corda fica no pescoço o tempo inteiro. É parecido com a Olimpíada. Seria uma grande preparação para o próximo ano. Ficamos um pouco tristes, porque com certeza haverá prejuízo – afirmou o central Lucão, que defende o Sesi-SP.

A classificação para a Copa do Mundo ficou definida da seguinte forma: terão vaga garantida o Japão, país-sede, os atuais campeões mundiais (Polônia, no masculino, e Estados Unidos, no feminino) e duas equipes de cada continente, definidas em torneios classificatórios ou a partir de suas posições no ranking.

– Tecnicamente, seria muito importante disputar a Copa do Mundo. Estamos tentando fechar amistosos para mantermos o time em atividade. Temos a certeza de enfrentar a Holanda, no Brasil e na Europa. Mandamos convites e estamos esperando respostas de Rússia, China, Polônia, Itália e Turquia. Há chance de enfrentar o Japão – disse ao Blog Saque o técnico da Seleção feminina, José Roberto Guimarães.

O Brasil é bicampeão da Copa do Mundo masculina (levou a taça em 2003 e 2007). No feminino, este é o único título, além do Campeonato Mundial, que o país ainda não faturou. A competição deste ano acontecerá entre 22 de agosto e 6 de setembro para as mulheres. Os homens disputarão o título entre 8 e 23 de setembro.

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– Havia rumores de que não jogaríamos. Alguma coisa tem, conforme podemos perceber pelas últimas atitudes da FIVB com a CBV e as seleções. Vale investigar e brigarmos para reverter – completou Lucão.

No Twitter, o ponteiro Murilo demonstrou indignação e destacou um fato curioso envolvendo a decisão. Nem sempre o país que sediou a Olimpíada deixou de jogar a Copa. Isso aconteceu, por exemplo, um ano antes de Pequim-2008, quando a China ficou fora da disputa.

– Os Estados Unidos participaram da edição de 1995 e seriam sede em 1996! #estranho! – escreveu o jogador.

*LANCEPRESS