Traumatologista esportivo do Instituto Vita, especializado em cirurgias de atletas de alto rendimento, Wagner Castropil classifica as fraturas de Anderson Silva como o resultado de uma sucessão de infelicidades. O médico, que chegou a disputar a Olimpíada de Barcrelona como judoca, em 1992, também enfatiza que o lutador brasileiro poderá voltar ao octógono, caso seja a sua vontade.
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Confira trechos da entrevista a Zero Hora:
Zero Hora – A lesão do Anderson é comum no esporte?
Castropil – Não é uma lesão frequente. As fraturas correspondem a apenas 10% das lesões. A maior parte são contusões e pancadas. Essa fratura por trauma de alta energia só ocorre em esporte de contato, como futebol e rúgbi, ou acidentes de carro e esqui.
ZH – Então foi azar?
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Castropil – Foi uma sucessão de infelicidades. O chute pegou justamente na patela, um dos ossos mais fortes do corpo, superduro. E foi com aquele ponto da canela, a metade para baixo, que é mais frágil.
ZH – A idade pode ter influenciado (Anderson tem 38 anos)?
Castropil – Não, ele (Anderson) é supertreinado. Foi uma infelicidade, poderia ter ocorrido com outro atleta.
ZH – Existe a possibilidade do Chris Weidman ter pensado em contra-atacar o Anderson?
Castropil – Ele estava se defendendo. Não há componentes de ser intencional. Foi muito rápido, intuitivo e instintivo.
ZH – O lutador brasileiro poderá competir novamente?
Castropil – É totalmente possível. Foi colocada uma haste intramedular por dentro do canal da tíbia. Já a fíbula naturalmente se alinha. A consolidação da fratura leva de três a quatro meses. Depois, ele pode voltar a treinar. Ficará igual, pode ficar até mais resistente, pois forma um calo ósseo. Onde quebrou, não quebra mais.
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