No último mês, Pâmela Fernandes Vicente, 15 anos, parecia mais triste do que o habitual. Tia da jovem, Cleusa Costa imaginava que a memória da mãe e do padrasto da garota, assassinados em Joinville em setembro de 2007, invadiam a mente dela. Na época com nove anos, Pâmela jogava videogame no quarto quando ouviu os tiros.

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Esse foi um dos fatos trágicos que marcaram a curta vida da adolescente,morta em um acidente na BR-101, em Barra velha, na noite de sábado. Ela estava de carona na motocicleta do namorado, de 18 anos.

A moto foi atingida na traseira por uma caminhonete e o rapaz fugiu. Pâmela ficou na pista, exposta ao trânsito de outros veículos. Submetidos ao bafômetro pela Polícia Rodoviária Federal, o motorista de 26 anos e o rapaz mostraram ter ingerido álcool.

Desde a morte da mãe e do padrasto, cuja investigação não foi concluída até hoje, a garota vivia um pouco na casa de cada tia.

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– Ela adorava brincar com os primos de cinco a sete anos. Era uma menina alegre -, contou segunda-feira Cleusa, emocionada após o sepultamento da sobrinha, no Cemitério São Sebastião, no Iririú.

Há algum tempo, ela havia se apaixonado pelo rapaz de 18 anos. Cleusa conta que a família achou cedo e tentou evitar o contato dos dois, incentivando Pâmela a sair apenas com amigos já conhecidos.

– Foi uma paixão de adolescente que acabou com a morte dela -, acredita a tia.

No sábado, a garota saiu para dar uma volta. Segundo Cleusa, não disse com quem, apenas informou que voltaria em breve. Mas não voltou. A notícia de sua morte veio na manhã seguinte.

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O motorista da caminhonete foi detido por embriaguez ao volante e homicídio culposo. Já o namorado de Pâmela foi encontrado por bombeiros no domingo. Machucado, ele pediu ajuda a moradores.

Segundo o delegado Wilson Masson, o rapaz é investigado em dois inquéritos. O primeiro está relacionado ao acidente. O segundo, às drogas achadas na jaqueta que Pâmela vestia: crack e maconha.

Amiga de Pâmela, Samara Garcia, 19 anos, conta que não a via fazia alguns meses, mas que a garota tinha revelado a ela os planos de sair de casa para viver com o namorado.

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– Ela poderia ter esperado para sair de casa. Ali, havia pessoas que a amavam -, acredita.

Ela desconfiava do namoro que Pâmela preservava às escondidas. Segunda-feira, se disse triste em não poder ajudá-la, apesar dos conselhos que havia dado meses antes de tudo acontecer.