Irmão do tesoureiro do PT morto em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último dia 9, Luiz Donizete Arruda afirma discordar da conclusão da Polícia Civil sobre o assassinato. A corporação comunicou, nesta sexta-feira (15), que a morte foi precedida de uma discussão motivada por divergências políticas, mas que não há provas até aqui de que o crime em si tenha sido cometido também por essa mesma razão.

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Autor dos disparos contra o guarda municipal Marcelo Arruda, o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por causar perigo comum. Ele está agora internado em estado grave, por também ter sido atingido em meio à troca de tiros com a vítima fatal do caso.

— Foi um crime político, porque ele [Guaranho] viu uma decoração que era de esquerda, que tinha a imagem do ex-presidente [Lula], e que caracterizava uma simpatia do PT do meu irmão, e que era um adversário, enquanto eram pessoas de bem — afirmou Luiz Donizete em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.

De acordo com a polícia, Guaranho foi ao local onde ocorreu o crime, onde o petista celebrava seu aniversário de 50 anos em uma festa temática do PT, com a intenção de provocá-lo, mesmo sem conhecê-lo. Já os advogados do bolsonarista afirmam que, por ser sócio da associação onde era realizado o evento, ele chegou até lá para fazer uma ronda rotineira. Essa alegação da defesa também foi contestada pelo irmão de Marcelo.

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— Se o cara vai fazer uma ronda no local, chega lá e está tudo tranquilo. [Vê que] são pessoas de bem, as pessoas não estão vandalizando. Não tem briga, não tem discussão. O que um cidadão normal faz? Manobra seu veículo e vai pra casa […] Mas como era uma decoração adversa ao viés politico dele, ele resolveu tirar satisfação com os convidados, inclusive com meu irmão — afirmou Luiz Donizete.

Também segundo a Polícia Civil, o policial penal teve acesso a imagens das câmeras de segurança do espaço antes de ir ao local. Ele foi até lá acompanhado da mulher e de um bebê, em um carro que tocava uma música em alusão ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os dois envolvidos no caso, que haviam consumido bebida alcóolica anteriormente, discutiram então, também segundo a Polícia Civil. Depois disso, Marcelo teria jogado um punhado de terra no carro de Jorge antes de o bolsonarista ir embora para casa. Foi por essa razão que o policial penal teria voltado ao local para efetuar os disparos, por ter se sentido humilhado.

— Quando ele retorna para a casa e resolve voltar, não há provas nos autos suficientes que indiquem que ele voltou porque queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa de outro partido político que não o dele — disse a delegada Camila Cecconello, em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta.

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A Polícia Civil comunicou também ter aberto um outro inquérito para investigar as agressões que Guaranho sofreu após o ataque ao petista, quando já estava no chão. Três pessoas são investigadas por conta disso.

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