Carro solar, barco solar, foguetes, hidromel com erva-mate e uma cadeira para deficientes que pode ser comandada sem o uso das mãos foram algumas das pesquisas do Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

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Durante o evento realizado de terça-feira até esta quinta-feira, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, em Chapecó, foram apresentadas 505 pesquisas desenvolvidas em 23 unidades da instituição.

O curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC de Chapecó levou vários projetos para a feira tecnológica. Um deles foi o carro solar. O protótipo com cerca de 60 quilos e que se parece com um triciclo é movido por uma placa solar de 255 watts, o equivalente a três lâmpadas incandescentes.

De acordo com o coordenador do curso, Leandro Chies, o projeto foi desenvolvido dentro da disciplina de Projetos Integrados. São quatro semestres onde os alunos acabam praticando o que aprenderam.

– Graças a esse modelo de ensino aliando teoria e prática já tivemos um aluno que ficou em sexto lugar entre 900 concorrentes numa seleção internacional da Volvo – disse o professor.

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O estudante João Colussi disse que o modelo foi inspirado numa competição de veículos solares de Portugal. Tudo com reaproveitamento de materiais.

– O protótipo foi montado com banco de uma cadeira quebrada, rodas reaproveitadas de outro projeto e uma placa solar emprestada do IFSC – explicou.

A velocidade máxima atingida foi de 9 km/h. As baterias instaladas permitem funcionamento também em períodos sem sol e à noite.

Outro projeto do curso é uma cadeira voltada para deficientes físicos que compensa os desníveis do terreno. Na feira ela era movimentada por um aplicativo instalado num tablet mas a ideia é que ela possa funcionar só com o movimento do tronco do corpo, para frente ou para os lados.

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– O modelo é baseado num pêndulo invertido em que o movimento do corpo acaba sendo compensado de forma eletrônica, acionado por sensores. O conceito é “hands free” (mãos livres”. O projeto de pesquisas tem uma parceria da Fapesc com uma empresa montada por ex-alunos do IFSC – explicou o professor Cristiano Kulman.

Já o IFSC de Florianópolis trouxe uma miniatura de um Barco Solar, desenvolvido desde 2013. De acordo com o estudante de Engenharia Eletrônica João Pedro Tonello o barco já manteve uma velocidade de 12 quilômetros por hora durante cinco a seis horas e, durante algumas competições, chegou a 22 quilômetros por hora. Ele exibiu com orgulho o troféu Fernando Amorim, conquistado em Búzios, no Rio de Janeiro.

O Grupo de Foguetes do IFSC de Gaspar trouxe modelos dos experimentos realizados por estudantes de Química e Informática.

Modelos construídos com garrafas pet, pedaços de pasta escolar e movido a vinagre e bicarbonato de sódio atingem até 170 metros de altura. Há também modelos movidos à pólvora e outros, com uma mistura de nitrato de potássio e sacarose, que percorrem até um quilômetro.

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– Nós precisamos testar a proporção correta dos combustíveis, testar noções de Física e, na próxima semana, vamos participar de uma competição internacional em Tatuí-SP – disse a estudante de Química, Ana Correa.

Já os estudantes de São Carlos transformaram um problema na piscicultura, que é o excesso de matéria orgânica em açudes, para cultivar hortaliças.

O projeto Aquaponia utiliza água “suja” das fezes dos peixes, faz uma filtragem e reaproveita os nutrientes para o desenvolvimento das plantas, retornando ao tanque de piscicultura.

– As fezes dos peixes tem amônia que é nociva para eles mas têm nutrientes que são absorvidos pelas plantas. Nós produzimos alface com 30 a 35 dias enquanto o tempo médio é de 50 dias – disse o estudante do curso Técnico em Agropecuária, Daniel Sehn.

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Cerca de 1,5 mil alunos participaram do evento, que pela primeira vez foi realizado no Oeste.