Joinville ultrapassou a marca 200 focos positivos para o mosquito Aedes Aegypti, vetor transmissor da Dengue, do vírus da Zika e da febre Chikungunya, nos primeiros 80 dias do ano. O total é de 202 amostras positivas entre 1º de janeiro e 23 de março, o que equivale a 69% do número de locais de reprodução encontrados ao longo de todo o ano de 2017, de 292 casos.

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A concentração dos focos do mosquito é predominante em três bairros da cidade, Boa Vista (89 focos); Fátima (44) e Jardim Sofia (10). Juntos eles contabilizam 70,8% do total de pontos identificados de risco à proliferação do mosquito. Os três bairros são considerados áreas infestadas pela Vigilância Epidemiológica de Joinville.

A posição dessas localidades também mostra-se recorrente no mapeamento da Prefeitura, já que no ano passado eles também lideraram o ranking de mais pontos positivos para o transmissor.

Hoje a Vigilância consegue apontar as áreas problemáticas por meio de visitas às residências. Outro meio é a instalação de armadilhas. Atualmente o número de defesos montados contra o Aedes Aegypti chega a 1.450 em todo o município. Elas são importantes porque, quando uma ou mais delas apresenta resultado positivo, a entidade realiza ações preventivas e de combate em um raio de 300 metros, em todos os imóveis da região.

O objetivo é impedir a migração desses pernilongos para outras localidades. Além das visitas de orientação em imóveis particulares, os agentes epidemiológicos realizam operações de monitoramento em áreas de construção e sucatarias, consideradas propensas ao acúmulo de água parada – um dos principais ambientes de atração dos mosquitos.

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Participação comunitária

Entre sexta-feira passada e esta semana, por exemplo, as visitas estão sendo feitas em três ferro-velhos distantes cerca de 200 metros um do outro, no bairro Fátima, onde ao menos dois deles apresentaram focos positivos de reprodução. Nesses locais, os agentes utilizam um veneno chamado Bendiocarbe, para matar o inseto, sem custo aos proprietários. O produto é espalhado tanto nos espaços internos quanto externos dos estabelecimentos. O herbicida chega a ter reação efetiva contra o mosquito por até três meses.

No entanto, principalmente nas residências, os profissionais ainda encontram dificuldade de realizar o trabalho preventivo. A necessidade de maior colaboração comunitária é relatada pela coordenadora da Vigilância Ambiental, Nicoli dos Anjos.

— Fazemos visitas diárias e contamos com o apoio da comunidade. É preciso que o morador se reconheça como sujeito importante nesse processo de combate ao mosquito, fazendo a sua parte em casa, para que possamos vencer a proliferação do mosquito de maneira conjunta — reforça.

SC tem aumento de focos positivos

Apesar de preocupante o número de focos ativos encontrados nos primeiros meses de 2018, nenhum caso de Dengue foi confirmado na população joinvilense neste ano. Em contrapartida, a atenção é válida, porque Joinville é listada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE) como uma das 64 cidades catarinenses consideradas infestadas pelo Aedes Aegypti.

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No Estado, até 3 de março, foram identificados 3,9 mil focos em 113 municípios, ante 2,5 mil casos em 103 municípios no mesmo período do ano anterior. Além disso, dois casos (importados) de Dengue foram confirmados neste ano em território catarinense, mesmo total que há um ano.

Dicas de combate

A Prefeitura de Joinville elaborou uma lista com orientações para eliminar o mosquito, além de informar as características do transmissor para facilitar seu reconhecimento e ação de combate. A dica principal e mais efetiva continua a mesma: evitar o acúmulo de água parada. Confira:

– Evite usar pratos nos vasos de plantas; se usar, coloque espuma em volta do pratinho;

– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

– Mantenha lixeiras tampadas;

– Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água, lembrando de vedar inclusive o “ladrão” com uma tela de proteção;

– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana

– Mantenha ralos fechados e desentupidos;

– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;

– Retire a água acumulada em lajes;

– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;

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– Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito;

– Guarde pneus velhos e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuvas.

Atenção para as características do mosquito:

– Mede entre 0,5 e 1 cm;

– Possui cor preta e riscos brancos nas patas, cabeça e corpo;

– Possui 2 pares de asas transparentes;

– Possui 3 pares de patas;

– Voa rasteiro, a no máximo 1 metro do solo;

– Está mais ativo no começo da manhã e fim da tarde.