Santa Catarina nunca teve tantos focos de Aedes aegypti como nos últimos meses. Só em janeiro, foram registrados mais de 2 mil, o maior número acumulado em um mês no Estado. Apesar de ainda não ter casos autóctones de dengue, chikungunya e zika vírus, o aumento progressivo da população do inseto acende o alerta e aumenta o risco da transmissão das doenças.
Continua depois da publicidade
No primeiro mês deste ano, o Estado teve praticamente o dobro de focos do que o registrado em janeiro do ano passado, com aumento de 89%. Se comparado a 2016, quando SC teve o maior número de pessoas com dengue da história (4.376), o cenário é ainda pior, com salto de 121%. E a tendência é de alta. Na primeira metade de fevereiro deste ano já foram contabilizados 558 focos. Com esse resultado, em um mês e meio o Estado igualou o número de larvas encontradas em 2013 inteiro, quando houve a escalada da dengue em SC.
– Isso acende uma luz de alerta pelo risco dessa situação. A presença cada vez maior do Aedes aegypti em SC gera um risco muito grande de transmissão não só de dengue, mas de chikungunya e zika, e a qualquer momento – alerta.
Condições favoráveis para a proliferação
– Esse é o grande problema dos surtos de dengue. Geralmente, eles ocorrem depois de um hiato, ou seja, tem uma diminuição do número de casos. Com isso, relaxam as ações preventivas e aí você tem a introdução de um sorotipo novo do vírus onde tem muito mosquito.
Para a especialista, é muito difícil alcançar a erradicação do inseto, por isso, o essencial são medidas e ações educativas e o trabalho em conjunto dos moradores e do poder público.
Continua depois da publicidade
Uma das ações dos municípios, apontada por Fuck, é o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), que, por determinação do Ministério da Saúde, terá de ser realizado até o dia 15 de março pelos 64 municípios infestados. A análise mostra mostra quais são os principais depósitos e focos de mosquito e os índices de infestação.
Municípios reveem planejamento para fortalecer combate
– Assim como o poder público tem que fazer a sua parte, que estamos fazendo, a população também tem que fazer a dela. Se ela não fizer, a gente pode colocar 1 mil agentes na rua que a gente não vai dar conta.
Atualmente, são cerca de 30 agentes de combate a endemias nas ruas e mais 10 que estão afastados por motivo de doença. Além das vistorias nas residências, as equipes focam bastante nas construções, que são comuns na cidade. Em março, retomam palestras em escolas para reforçar as ações de prevenção.
Já em Chapecó, segunda cidade em número de focos, com 162, são 98 agentes, sendo 12 deles bancados apenas pela prefeitura, sem repasse do Ministério da Saúde. Como a área urbana total do município é considerada infestada, os agentes precisam vistoriar todos os imóveis. Para dar conta, amanhã farão o primeiro mutirão do ano.
Continua depois da publicidade
