Dados divulgados pela Secretaria de Promoção da Saúde de Blumenau mostram que neste ano foram identificados 111 focos do mosquito transmissor da dengue nos bairros de Blumenau. O número registrado em quase cinco meses é 40% maior do que os 64 casos apontados nesse mesmo período de 2017. A quantidade também é maior mesmo quando comparada ao ano passado inteiro: os 111 focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre de chikungunya e zika vírus, representam 19,3% a mais do que os 93 anteriores.
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De acordo com o monitoramento dos agentes que fazem o trabalho de fiscalização e eliminação de criadouros do mosquito, os bairros com maiores indicadores foram Salto Weissbach e Itoupavazinha, com 40 e 30 focos, respectivamente. As regiões do Badenfurt, Itoupava Central, Salto do Norte, Do Salto e Passo Manso são outras que constam na lista de prioridade de ações.
Segundo a coordenadora municipal de Prevenção e Combate à Dengue, Eleandra Casani, o panorama é motivo de atenção redobrada porque pode fazer com que Blumenau passe da situação de “município em área de risco” para “município infestado”.
– No bairro Itoupavazinha, na área delimitada epidemiologicamente, onde foram detectados os focos do mosquito, há uma grande concentração de empresas prestadoras de serviços de transporte. No bairro Salto Weissbach, a área delimitada apresenta empresas que recebem matéria-prima do mercado interno e externo, favorecendo que o vetor se dissemine no município. Essas empresas estão localizadas em áreas industriais e residenciais onde há grande quantidade de potenciais criadouros do mosquito. Estamos promovendo ações de fiscalização e combate aos focos do Aedes – informa.
Monitoramento com armadilhas
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Para frear o crescimento de focos, a equipe de Fiscalização Sanitária mantém 1.650 armadilhas vistoriadas anualmente. Há ainda 358 pontos estratégicos, como ferro-velho, borracharias, cemitérios e indústrias, que são fiscalizados a cada 15 dias.
– Nos locais onde constatamos a presença do vetor (mosquito), delimitamos um raio de 300 metros em um ângulo de 360o. Nestes locais, efetuamos a eliminação mecânica e a aplicação de produto químico, seguindo determinação do Ministério da Saúde, com vistorias bimestrais – detalha Eleandra.
Também são feitas ações de educação em saúde com palestras e orientações para a rede escolar do município, empresas e a comunidade em geral.
– Além disso, fazemos o atendimento das denúncias referentes a locais com acúmulo de potenciais criadouros de mosquito, que chegam pelos sistemas da Ouvidoria da Saúde, Dengue SC e FormSus – acrescenta.
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As condições climáticas interferem na resistência dos ovos do mosquito ao ambiente, que é de 450 dias em locais secos. A preocupação fica maior ainda com o aumento das chuvas, que podem formar o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti.
– Em Blumenau, tivemos um verão quente e com baixa quantidade de chuva, mas também temos a presença do mosquito que deposita seus ovos em locais secos que podem acumular água. Com o retorno da chuva, esses locais podem receber água, e dentro de cinco a 10 dias teremos o mosquito alado, lembrando que se a fêmea estiver contaminada com os vírus, todos os mosquitos que se desenvolverem desta ovoposição também estarão contaminados e transmitindo doenças como dengue, chikungunya e Zika vírus – alerta a coordenadora.
O ideal é que a população faça a sua parte e ajude para que não haja proliferação do mosquito, ao não deixar objetos acumulando água, conforme orienta a coordenadora de Prevenção e Combate à Dengue.