Quem repreenderia por comer uma sobremesa o nadador que deixou Cesar Cielo fora dos Jogos Olímpicos Rio 2016? Após viver quatro meses de privações e de chamar a atenção do mundo com a classificação para a competição pela primeira vez na carreira, Ítalo Manzine, de 24 anos, se permitiu desviar da dieta rigorosa a que vem se submetendo. Pelo menos por um dia.
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O mineiro de Belo Horizonte garantiu vaga nos 50m livre ao nadar para 21s89 no Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Ele fez o sexto melhor tempo do ano, atrás apenas de Florent Manaduou (21s42), Cameron McEvoy (21s44), Benjamin Proud (21s65), Nathan Adrian (21s69) e Bruno Fratus (21s74).
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— Comi um petit gâteau. Não comia doce desde o Natal. Quando tinha aniversário das amigas da minha namorada, eu dizia que não iria. Se fosse, ficaria olhando todos comerem e não resistiria. Preferi me privar mesmo — disse o atleta.
Ítalo defende o Minas, clube onde teve a oportunidade de conhecer e reverenciar de perto o maior nadador brasileiro de todos os tempos. A convivência foi valiosa, tanto que, enquanto Cielo perdeu o rumo de sua carreira, Manzine entrou em uma ascensão constante.
O papel de esperança da natação é novo, e o suporte, limitado. Ele aponta os pais, William e Silvana, como os maiores incentivadores de sua carreira, tanto na torcida acalorada como no apoio financeiro.
O Minas arca com alguns custos da rotina do nadador, mas ele não tem patrocínio. Os gastos com trajes modernos foram assumidos pela Hammer Head, do ex-nadador Fernando Scherer, o que ajudou em sua preparação no ano passado.
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A relação de Ítalo com a família é forte, tanto que ele tem uma preferência de sobrenome. Embora muitos ainda o conheçam por Duarte, quer ser conhecido como Manzine, que pertencia ao bisavô e lhe foi dado pelo pai como uma lembrança do parente mais distante.
— Meu pai era apaixonado pelo meu bisavó e fez essa homenagem. Acho muito bacana. Tenho um orgulho grande da história de todos e quero levar isso como uma marca na minha carreira — contou Ítalo.
*LANCEPRESS