O Brasil convocou nesta quarta-feira uma reunião informal dos Estados-membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter explicações sobre as suspeitas de espionagem da instituição pelos Estados Unidos, afirmou à AFP seu representante no Fundo.
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– Uma reunião aconteceu a meu pedido (…). Procuro explicações – declarou Paulo Nogueira Batista, representante do Brasil no conselho de administração do FMI, sem dar mais informações sobre o conteúdo discutido na reunião.
Em setembro, reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, baseada em documentos revelados pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês), mostrou que a presidente Dilma Rousseff havia sido monitorada pela inteligência dos EUA. A suspeita fez com que a presidente cancelasse visita ao presidente americano Barack Obama em outubro. A Petrobras também teria sido monitorada.
Em discurso na Assembleia-geral da ONU, em outubro, Dilma cobrou explicações da Casa Branca e propôs iniciativas multilaterais para deter a espionagem eletrônica.
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De acordo com informações divulgadas pela imprensa no final de outubro, o governo Obama teria pedido à NSA para acabar com a espionagem das sedes do FMI e do Banco Mundial, ambas localizadas em Washington. As duas instituições não comentaram o assunto.
“Tomamos conhecimento dessas informações pela imprensa, mas não temos comentários a fazer neste momento”, declarou nesta quarta uma porta-voz do FMI em e-mail à AFP.
O FMI também não quis comentar a reunião desta quarta que partiu da iniciativa pessoal do brasileiro.
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– Cada administrador (representante de um país) tem o direito de pedir uma reunião do conselho de administração – explicou Nogueira Batista, acrescentando que a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, não esteve presente na reunião.
As práticas de espionagem da NSA provocaram uma série de polêmicas diplomáticas, principalmente após as revelações sobre um suposto grampo ao celular da primeira-ministra alemã, Angela Merkel.
A ONU anunciou que pediria explicações aos EUA sobre as revelações do jornal alemão Der Spiegel, segundo as quais a NSA havia grampeado seu sistema de videoconferência interno.
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