A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou hoje que, em razão dos riscos criados pela crise da dívida na Europa, o Fundo está rebaixando suas previsões de crescimento para boa parte do mundo, inclusive os países emergentes, que têm ajudado a guiar a expansão econômica, como àsia e América Latina.

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– Mesmo essas previsões mais baixas presumem um caminho político construtivo que, de forma nenhuma, está garantido – disse Lagarde.

O FMI deve divulgar amanhã as atualizações para seu Relatório de Perspectiva Econômica Global, Monitoração Fiscal e Estabilidade Financeira. Em relação à Europa, Lagarde afirmou que o FMI vê um “risco considerável” de que a inflação cairá bem abaixo da meta no ano que vem, elevando as dívidas públicas e prejudicando ainda mais o crescimento. Assim, novas medidas de afrouxamento monetário, no tempo adequado, serão importantes para reduzir tais riscos.

Ao aumentar seus mecanismos de proteção contra choques financeiros, a Europa também será capaz de ajudar os bancos da região a elevar seus níveis de capital sem reduzir os empréstimos.

Como parte dos projetos de integração no continente, Lagarde disse que a união monetária precisa receber suporte de uma integração financeira, por meio de uma supervisão unificada, uma única autoridade para regulamentação bancária e um único fundo de seguros de depósitos. Lagarde também afirmou que a Europa pode se financiar por conta própria, por meio de eurobônus ou um fundo de resgate de dívidas.

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– Um acordo político sobre um bônus conjunto para escorar o compartilhamento de risco ajudaria a convencer os mercados da viabilidade futura da união monetária e econômica europeia – afirmou Lagarde.

Segundo a diretora do FMI, a economia mundial enfrentará um colapso parecido com o do período da Grande Depressão na demanda, se a Europa não agir rapidamente para aumentar de forma dramática o tamanho da sua proteção contra a crise da dívida, implementar políticas pró-crescimento e integrar ainda mais a zona do euro.