A crise econômica global pode atingir a América Latina de forma desproporcional, se a China sofrer uma desaceleração acima do previsto, ou se os Estados Unidos ajustarem seus juros de forma brusca – alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.
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“Os principais riscos em nível global, incluindo um ajuste brusco dos juros nos Estados Unidos, ou uma desaceleração adicional na China, podem afetar a América Latina de maneira desproporcional”, declarou o FMI em suas previsões econômicas regionais do Hemisfério Ocidental, divulgadas em Lima, onde o organismo realiza sua reunião anual.
A América Latina registrará uma contração de 0,3% em sua economia em 2015, com uma leve recuperação de 0,8% em 2018. Segundo o FMI, a região é prejudicada, principalmente, pela desaceleração da China. Ainda de acordo com a instituição, o crescimento mais sólido nos Estados Unidos beneficiará os países que têm vínculos mais fortes com a grande potência, como México e os da América Central e do Caribe.
Entretanto, a queda dos preços das matérias-primas continuará prejudicando os países exportadores desse setor da América do Sul, gerando redução da renda nacional, queda dos investimentos e deterioração dos balanços fiscais.
“Essas circunstâncias vão travar os avanços conquistados nos últimos anos em redução de pobreza e desigualdade”, advertiu o relatório.
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Nesse contexto, o FMI pede ao Brasil – um dos principais responsáveis pela contração do continente (-3,0%) – que impulsione seu processo de consolidação fiscal para estabilizar sua dívida pública, enquanto controla sua alta inflação.
Além disso, o documento ressalta que, apesar de afetados pela queda do preço do petróleo, Colômbia e México continuam se expandindo. O FMI acredita ainda que Chile e Peru contam com uma margem fiscal e monetária para superar a situação.
O organismo pede que se corrijam “com urgência” as “políticas insustentáveis” aplicadas pela Venezuela – que se contrairá 10% em 2015 – e que sejam eliminadas as distorções de preços e do câmbio na Argentina.
* AFP