O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nesta terça-feira (17) sua confiança nas economias emergentes da Ásia, principalmente Índia e China, mas alertou que a enorme dívida chinesa é um risco.
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Para todas as economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia, o FMI prevê um crescimento de 6,5% em 2018, muito superior aos 3,9% de suas previsões mundiais divulgadas nesta terça.
“A Ásia emergente ainda é o motor mais importante do crescimento global”, disse a instituição em seu relatório.
No caso da China, se no curto prazo houver uma “melhora na demanda externa” que contribua para o fortalecimento de suas exportações, o FMI alerta que a virada de seu modelo econômico deve afetar o crescimento para baixo.
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A China crescerá 6,6% em 2018 e 6,4% em 2019, de acordo com as previsões do FMI, que mantêm os mesmos dados de janeiro.
No entanto, eles são menores do que o crescimento de 6,9% do gigante asiático em 2017.
“No médio prazo, o crescimento deve desacelerar gradualmente para 5,5%”, conforme a China continua sua mudança para uma economia baseada no consumo doméstico, e não no investimento, explica o FMI.
No entanto, o organismo alerta novamente a China sobre o “aumento da dívida fora do setor financeiro e o aumento da vulnerabilidade”.
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O governo chinês está lutando contra o colossal endividamento de sua economia (mais de 250% do Produto Interno Bruto), em particular contra empréstimos não regulamentados e um melhor controle do seu setor bancário.
Contudo, apesar desses esforços, “o crescimento do volume total de crédito na China continua elevado”, aponta o FMI, que no ano passado já denunciou a “trajetória perigosa” da dívida do país.
A segunda maior economia do mundo poderia se ver afetada pelas tensões comerciais com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump ameaça impor tarifas sobre produtos chineses por até 150 bilhões de dólares.
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“Um aumento das tarifas aduaneiras e das barreiras não tarifárias poderia nublar os mercados, perturbar as cadeias de produção (…), reduzir a produtividade mundial e o investimento”, afirma o Fundo.
– Índia se acelera –
Diferentemente da China, cuja economia perde força, a Índia é o novo motor da região, segundo o FMI, que prevê um crescimento do PIB de 7,4% em 2018 e 7,8% em 2019 (as mesmas cifras da previsão anterior).
A curto prazo, o crescimento da Índia, como o da China, se apoiará em um forte consumo interno, no bom momento do comércio internacional e na reforma fiscal, aponta o relatório.
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“A médio prazo, o crescimento (na Índia) deveria se acelerar progressivamente, com a continuação da aplicação das reformas estruturais”, em particular as fiscais, “que consolidarão a produtividade e estimularão o investimento privado”, indica.
Contudo, o FMI alerta para o risco de uma espiral do endividamento, que já obrigou o governo indiano a recapitalizar seus bancos que têm grande quantidade de créditos suspeitos.
* AFP