Centenas de imigrantes que desejam chegar à Europa ocidental, sobretudo refugiados sírios, prosseguem em sua viagem para a fronteira entre Grécia e Macedônia, onde outras 2.000 pessoas passaram a noite debaixo de chuva, observadas por um grande número de policiais.

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Depois de permitir durante semanas a entrada em seu território de migrantes procedentes da Grécia, o governo de Skopje decretou na quinta-feira estado de emergência e mobilizou as unidades especiais da polícia e do exército na fronteira para conter o fluxo migratório.

Os migrantes ficaram completamente bloqueados por 24 horas em uma ‘terra de ninguém’, entre a localidade grega de Idomeni e a macedônia de Gevgelija. Na sexta-feira, as autoridades macedônias começaram a permitir a passagem de “categorias vulneráveis”, como famílias com crianças ou mulheres grávidas.

Também foram registrados incidentes e as forças de segurança utilizaram bombas de efeito moral e cassetetes para impedir o avanço das pessoas. Pelo menos oito migrantes ficaram levemente feridos.

Desde 19 de junho chegaram ao país quase 42.000 migrantes, incluindo mais de 7.000 crianças, anunciou na sexta-feira o governo da Macedônia, enquanto as autoridades gregas registraram quase 160.000 chegadas desde janeiro, procedentes sobretudo de áreas em conflito como Síria, Afeganistão e Iraque.

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Neste sábado, centenas de pessoas prosseguiam em suas viagens para Idomeni, procedentes do porto grego de Tesalonica, para depois caminhar até a área de fronteira.

“Não há futuro na Síria. Há sequestros, mortes. Quero ir para a Alemanha para ter uma vida melhor”, disse Mustafa Saieb, de 22 anos e professor de inglês.

As autoridades macedônias voltaram a autorizar neste sábado a passagem por seu território, mas de maneira limitada. Em alguns momentos, a polícia permitia a entrada de grupos de dezenas de pessoas no país, que seguiam para a estação ferroviária de Gevgelija.

A passagem era menos seletiva que na sexta-feira, mas os próprios migrantes se organizaram para permitir a passagem de mulheres e crianças.

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Segundo um funcionário da estação, ao longo do dia cinco trens devem transportar os migrantes para Tabanovce, localidade do norte de Macedônia, perto da fronteira com a Sérvia.

Muitas pessoas também desejam atravessar a Sérvia, cuja fronteira norte é uma porta de entrada para a União Europeia (UE), já que do outro lado está a Hungria.

Mas o governo húngaro está construindo um muro de quatro metro de altura e 175 km de comprimento para impedir que os migrantes atravessem a fronteira.

Quase 2000 migrantes passaram a noite de sexta-feira sob chuva na fronteira entre Grécia e Macedônia. Muitos dormiram a céu aberto e outros em pequenas barracas.

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Durante a noite, a polícia dobrou a espessura dos alambrados, enquanto a multidão, com crianças aos prantos, implorava por ajuda.

* AFP