Um fluxo maciço de venezuelanos desesperados que vão à vizinha Colômbia está afetando a implementação por Bogotá de um acordo de paz histórico, alertou o principal oficial militar dos Estados Unidos para a região nesta quinta-feira (7).
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Em um acordo de 2016, as hoje extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desarmaram seus 7.000 combatentes para se juntarem ao processo político e encerrar a guerra civil de 50 anos no país.
O acordo também visa garantir que milhares de ex-combatentes sejam reintegrados à sociedade colombiana.
Mas de acordo com o almirante Kurt Tidd, que lidera o Comando Sul das Forças Armadas americanas, alguns dos fundos de reintegração estão sendo desviados para cuidar dos venezuelanos que fugiram da crise em seu país.
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“Muitos recursos destinados à reintegração de ex-membros das Farc à sociedade tiveram que ser destinados para cuidar dos venezuelanos que fugiram da devastação econômica da Venezuela”, disse Tidd a repórteres durante um evento em Washington.
Assinalou que a maior preocupação com a Venezuela é o “enorme fluxo” de cidadãos venezuelanos desesperados sem comida, remédios, ou meios para se sustentar, e o impacto nos países vizinhos.
“Já vimos milhares no Peru. Já vimos milhares no Brasil”, disse Tidd, observando que “provavelmente” pelo menos um milhão de venezuelanos foram para a Colômbia.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em agosto que está analisando uma série de cenários para a Venezuela – “incluindo uma possível opção militar, se necessário”.
Mas Tidd não comentou quando perguntado se uma opção militar ajudaria a lidar com a situação.
“Agora vamos falar sobre cuidar do povo venezuelano e ajudar os países vizinhos a lidar com isso”, concluiu.
* AFP