O Fluminense terá de aprender a viver sem Thiago Neves.

Afinal, com todos os principais jogadores de volta, menos ele, o time carioca deverá ter o mesmo time até o fim do primeiro turno do Brasileirão. A questão é reorganizar o time sem o camisa 7, de essencial importância tática.

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Já existe um projeto de solução na prancheta de Abel Braga. Wellington Nem vai para o lado direito do ataque, posição da preferência dele, ao melhor estilo Figueirense de 2011. Com isso, Wagner assume a faixa esquerda do 4-2-3-1 tricolor.

Porém, essa opção pode apresentar alguns problemas. Wellington Nem não consegue desempenhar a mesma função tática de Thiago Neves – tão elogiada por Abel Braga – de ocupar o meio-campo durante os recuos de Deco. Além disso, Wagner não foi bem quando jogou pela esquerda. Vide o início de temporada dele, quando perdeu a vaga no time.

– Ele jogou na posição do Thiago Neves e conseguiu as melhores escapadas pela esquerda no primeiro tempo. Não é fácil mudar de posição para quem está acostumado a jogar de frente. No fim, gostei muito da atuação do Wágner. Foi surpreendente – comentou o técnico Abel Braga, após o empate sem gols diante do Inter.

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Como se não bastasse a parte tática, o Flu também terá de trabalhar a técnica. Mais especificamente, as finalizações. Isso porque Thiago Neves é um dos jogadores que mais chutam ao gol – e acertam.

Na Copa Libertadores, foi ele quem mais finalizou: 21 no total, sendo 11 no gol. O segundo colocado, Fred, arriscou nove a menos. No Carioca, a coisa não foi muito diferente. Thiago chutou 14 vezes durante o Estadual, apenas quatro a menos do que o camisa 9, líder na estatística.

Para ilustrar mais: no único jogo pelo Brasileirão que Neves participou, contra o Figueirense, o Flu teve 14 arremates. Nas outras quatro partidas, a média foi de nove. Wellington Nem e Wágner terão de chutar mais.

Resumo da ópera: Thiago Neves fará falta ao Fluminense. E o time precisa aprender a viver sem ele no Brasileirão. O quanto antes.

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Tempo de sobra para encontrar a solução

O Fluminense terá bastante tempo para adaptar o time titular à ausência de Thiago Neves. Isso porque a equipe terá apenas três jogos pelo Brasileirão até o fim deste mês, sendo todos eles contra adversários que estão abaixo dele na tabela de classificação.

O técnico Abel Braga já adiantou que a atual semana será para dar ritmo aos que estão regressando do departamento médico, e reforçar o entrosamento dos titulares, já com peças de volta. Porém, é pouco provável que haja mudança no time para a partida contra a Portuguesa, sábado. Até lá, Carlinhos e Wellington Nem deverão ter superado seus respectivos problemas (dores nas coxas e tendinite no joelho direito).

Recém-operado do joelho esquerdo, Thiago Neves só deve retornar aos treinamentos no meio do mês de julho, por volta do dia 14 ou 15. Ele perderá os clássicos contra o Flamengo – o primeiro pelo Brasileirão no ano de seu centenário – e Botafogo.