Presidente da Floripa Airport, Tobias Markert destaca que a estrada em obras não é apenas um acesso ao aeroporto, mas uma importante alternativa para o trânsito do Sul da Ilha. Apesar de dizer que, se a alternativa para 1o de outubro for entregar parte da via em pista simples, ele expõe que a medida será suficiente apenas temporariamente. Para a próxima temporada de verão, com o aeroporto da Capital renovado, Markert entende ser indispensável a conclusão integral.

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– É fundamental que a obra completa da via de acesso seja finalizada o quanto antes, para que estejamos prontos para a próxima temporada. Esperamos que as obras continuem depois de 1o de outubro, para que a segunda faixa seja concluída.

O executivo ainda recorda que a concessionária adiou, em coordenação com o governo catarinense, a inauguração do aeroporto, de agosto para outubro. E disse ter certeza de “que esse tempo deve ser mais do que suficiente, considerando que a concessão do aeroporto foi em março de 2017, dois anos e meio antes da abertura do aeroporto”.

Por que a obra é tão importante

Se o terminal de passageiros inaugurar sem o novo acesso, Santa Catarina sofrerá impactos econômicos, de imagem e de qualidade de vida. Um exemplo é que motoristas terão que trafegar pela SC-405 para chegar ao terminal. Na rodovia, circula diariamente uma média de 55 mil veículos, e a estimativa é que com o novo terminal o trânsito possa aumentar até 30%, caso o acesso não seja concluído.

Presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar teme os prejuízos que o Estado pode sofrer com o descompasso entre uma obra e outra. Ele classifica como fundamental para o Estado a entrega no prazo, sob pena de prejudicar a credibilidade de Santa Catarina e afetar futuras concessões e negócios. Um estudo da entidade, divulgado em 20 de março, apontou que a obra dificilmente ficaria pronta no prazo, mesmo sem o trabalho ater-se sobre desapropriações e questões ambientais.

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Aguiar lista impactos negativos, como na mobilidade, e principalmente os relacionados à “imagem de Santa Catarina como Estado com bom ambiente para receber investimentos privados em infraestrutura”.

– A concessionária está fazendo os investimentos e precisa garantir o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. Em caso de atraso, pode haver penalização com a qual o contribuinte terá que arcar. Por tudo isso, é importante que haja o máximo esforço para recuperar o tempo perdido – expõe Aguiar.

Ernesto Caponi, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, e que em 2018 estava à frente do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Florianópolis, diz que não concluir a estrada junto ao novo terminal será “motivo de chacota” e exemplo de que no Brasil obras públicas “não são simples de fazer”.

– Não podemos concordar em fazer um puxadinho, liberar uma via só, porque Santa Catarina vai ser prejudicada, ainda mais ao lado de uma obra ímpar feita pela iniciativa privada.

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Não é a primeira vez

Prevista para ser inaugurada em agosto deste ano, a obra do novo terminal já havia sido adiada para outubro para conciliar com entrega do acesso viário.