O serviço de bicicletas compartilhadas de Florianópolis, prometido desde 2009, deu um passo importante para sua implementação na última sexta-feira: o edital que regula o serviço de concessão para as empresas interessadas em operar o sistema foi finalmente tornado público, 22 dias após ser anunciado pela Prefeitura. Apesar do atraso para a divulgação do documento, o secretário de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Vinicius Cofferri, afirma que o prazo previsto para início de funcionamento, em novembro, está mantido.

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– Seguimos com o mesmo prazo. Sabíamos da possibilidade de ajustes desde o início, por isso o cronograma foi montado com margens para as adaptações – reconhece Cofferri.

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Segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana, a demora foi causada por erros encontrados no edital, que precisaram ser corrigidos antes da liberação. O documento já havia sido publicado no Diário Oficial do Município na última segunda-feira, iniciando o prazo para a apresentação de propostas. As empresas pré-qualificadas para concorrer à operação do Floribike serão conhecidas no dia 8 de julho, quando ocorre a abertura dos envelopes com os projetos.

850 bicicletas previstas em três anos

No serviço de compartilhamento previsto para Florianópolis, usuários se cadastram on-line para poder retirar uma das 850 bicicletas das 85 estações que serão construídas pela cidade. Pelo telefone celular, site, ou cartão integrado ao sistema de transporte coletivo – detalhes a serem propostos pelas empresas interessadas -, o veículo é liberado para uso, devendo ser devolvido em outra estação do serviço. O secretário de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Vinicius Cofferri, explica que modelos já consolidados no mundo, como Barcelona, Berlim e Rio de Janeiro serviram de inspiração para a versão da Capital.

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Em 2015 será feita apenas a primeira etapa, com a colocação de 300 bicicletas em 30 estações, nos bairros Centro, Trindade, Santa Mônica, Itacorubi e Coqueiros. De acordo com a arquiteta do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis e do projeto, Vera Lúcia da Silva, as áreas contempladas inicialmente foram escolhidas pela baixa velocidade de trânsito permitida nas vias e pela infraestrutura parcial existente para o ciclismo. A região conta com a ciclovia da Beira-Mar Norte e ciclofaixas como as da Bocaiúva, Agronômica e Madre Benvenuta, formando a microrrede cicloviária do Centro.

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O sistema só deve estar completo em três anos. São previstas três ampliações do serviço, com datas a serem definidas pela Secretaria de Mobilidade Urbana, que acompanhará a demanda exigida para definir o momento certo. Serão 22 estações e 220 bikes na segunda etapa, 20 estações e 200 bikes na terceira, e 13 estações e 130 bikes na quarta. A empresa que assumir o serviço será responsável por toda a expansão, que deve contemplar outras regiões do continente, da bacia do Itacorubi (Agronômica, Pantanal e Córrego Grande), Saco dos Limões, Carvoeira, Parque São Jorge e José Mendes.

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Os projetos que concorrem ao edital serão avaliados por dois critérios: 70% da pontuação vêm de critérios técnicos, como a qualidade da bicicleta oferecida, pensando em segurança e conservação dos modelos, e a facilidade na operação do serviço. Os outros 30% vêm da oferta de tarifa. O edital permite que sejam criados planos de uso, semelhantes aos telefônicos, com recargas diárias, semanais, mensais, semestrais ou anuais.

Impactos na mobilidade urbana

Dados do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plamus) da Grande Florianópolis mostram que a Região Metropolitana da Capital tem uma das maiores taxas de uso de carros e motos do Brasil (48%), superior a capitais como São Paulo (32%) e Rio de Janeiro (21%). Somente 3% das viagens são feitas com bicicleta.

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– Com o aumento de bicicletas nas ruas, a evolução para um trânsito mais humano e seguro é inevitavel – comemora o vice-presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (ViaCiclo), Daniel Costa – Hoje, na Grande Florianópolis, temos uma demanda reprimida: mais de 70% das pessoas gostariam de usar a bicicleta, então, o Floribike será mais uma ferramente para estimular o uso da bicicleta e, para o turista será uma ótima forma de perceber a cidade.

A arquiteta do Ipuf Vera Lúcia da Silva lembra que o compartilhamento das bikes deve desafogar as áreas contempladas, por dispensar uso de carro ou ônibus para percorrer trajetos considerados de curta distância, de até 8 quilômetros.

– A medida vai impactar na saúde pública também. A adesão à bicicleta muda o padrão de vida, a saúde, o estresse. As pessoas só vão precisar dos motorizados para viagens longas, e depois vão poder se deslocar de bicicleta – complementa a arquiteta.

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