A prefeitura de Florianópolis, sob gestão Topázio Neto (PSD), avaliou ter um saldo positivo do Carnaval de 2023, ao fazer um balanço dos quatro dias de folia em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (22). A gestão municipal entende que o volume de 1,5 milhão de pessoas na festa, número adiantado pelo NSC Total, esteve acima até da expectativa e serviu de reconhecimento à programação da cidade.

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— É um pouquinho acima da expectativa que nós tínhamos, mas prova que as pessoas reconheceram a qualidade do nosso Carnaval. Saiu uma pesquisa recente sobre 74% das pessoas decidirem onde vão passar o Carnaval pensando na segurança e na organização, e Florianópolis conseguiu mostrar para o Brasil inteiro que consegue fazer uma festa democrática, inclusiva, com muita segurança, limpeza e arrumação, para quem gosta e para quem não gosta de Carnaval — disse Topázio à CBN Floripa.

O prefeito ainda minimizou o episódio registrado em Santo Antônio de Lisboa ao fim do primeiro de dia de festa, já na madrugada do sábado (18), quando foliões contrários ao encerramento da folia às 2h entraram em confronto com a Polícia Militar. Topázio afirmou que o Carnaval com hora para acabar, o que havia sido adiantado pela PM ao colunista Ânderson Silva, foi um acerto.

— A festa de Carnaval tem bebida alcóolica. A partir de determinada dosagem, a pessoa começa a perder um pouco a noção de realidade, fica mais agressiva, atrevida. Estatisticamente se tem que uma festa, quando ela passa da 3h da manhã, as pessoas que estão na rua já não têm mais seu poder de tomada de decisão normal, o que faz com que a maior parte das ocorrências policiais aconteçam a partir desse horário. Diante disso, a decisão de limitar o horário da festa a partir das 2h da manhã foi acertada, haja vista os indicadores de ocorrências que nós tivemos, sem nenhuma ocorrência grave — disse.

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— Além disso, encerrar o Carnaval em determinado horário, fez com que a gente tivesse tempo para limpar a cidade, para aquelas pessoas que precisam trabalhar no outro dia e encontrar a cidade organizada — completou. Ao todo, foram recolhidas 200 toneladas de lixo nos quatro dias de Carnaval, 40 a mais do que havia sido registrado na folia de 2020, antes da pandemia.

Furtos de celular

Ainda na coletiva de imprensa que serviu de balanço do Carnaval, as autoridades de segurança em Florianópolis anunciaram já terem recebido ao menos 120 registros de furtos de celular ocorridos nos dias de festa na cidade. Trata-se de um “volume acentuado”, segundo avaliação feita pelo coronel Julival Queiroz de Santana, comandante da Polícia Militar (PM) na Grande Florianópolis e que atribuiu parte dos casos ao que chamou de falta de autocuidado das próprias vítimas.

— Nós fizemos todo um processo educativo e preventivo junto à comunidade, tanto com os nativos quanto com os turistas, no sentido de preservarem a sua autoproteção e segurança. E boa parte desses furtos ocorreu por descuido dos foliões, muito embora os órgãos públicos tenham buscado a identificação, a localização e a responsabilização dos infratores que cometeram esses delitos no Carnaval — disse o coronel Santana à NSC TV, acrescentando ainda que o número de casos pode ser maior.

— Temos o que chamamos de subnotificação. Algumas pessoas preferem não fazer esse registro, o que, para nós, é fundamental, porque, a partir do registro, a gente melhora para o ano seguinte a questão de mapeamento de zonas críticas, todo o nosso processo. Nós temos também um pouquinho de ausência de integração sistêmica do nosso banco de dados, da Polícia Militar, com a Polícia Civil, porque alguns registros são feitos pela delegacia virtual. Então, a gente não tem ainda um número exato, mas, no que diz respeito à Polícia Militar, tivemos em torno de 120 furtos que vieram aos nossos registros e que estão sendo objeto de apuração criminal — completou.

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A delegada Michele Alves Correa Rebelo, diretora da Polícia Civil na Grande Florianópolis, fez ponderações parecidas às de Santana, afirmando ainda que muitos dos furtos se tratariam, na verdade, de extravios, de pessoas que ingeriram bebida alcóolica e perderam o celular, mas acreditaram ter sofrido um furto.

— É importante a gente destacar que não houve um aumento como estavam falando, de forma muito considerável, tendo em vista que é normal nesses períodos onde há maior fluxo de turistas esse número aumentar — disse Rebelo durante a coletiva de imprensa.

A diretora da Polícia afirmou também que, para os próximos anos, o trabalho preventivo e de conscientização deverá ser reforçado. Ela afirmou ainda que o problema dos furtos não se limita a Florianópolis, se estendendo também a outras cidades do país que tiveram um Carnaval expressivo.

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