Movimentos sociais e grupos ligados a partidos de esquerda realizaram um protesto no Largo da Alfândega, no Centro de Florianópolis, na tarde desta sexta-feira (27) contra o reajuste mais recente na tarifa do transporte público na Capital, anunciado em 29 de dezembro do ano passado e em vigor desde o último dia 1º. Os manifestantes reivindicaram um plano para implementação da tarifa zero.
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Além da ida à rua, que, segundo os organizadores, reuniu cerca de 200 pessoas, o grupo lançou uma carta assinada por 28 entidades e lideranças políticas, incluindo o deputado estadual Marquito (PSOL-SC), em que crítica as condições da frota hoje em atividade em Florianópolis, a falta de retomada de linhas desativadas ao longo da pandemia e a sobrecarga aos trabalhadores que operam o serviço.
O manifesto também contraria os argumentos mencionados pela prefeitura ao anunciar o aumento de 33% da tarifa para pagamentos em dinheiro, de R$ 4,50 para R$ 6 — no cartão, a cobrança do Consórcio Fênix foi de R$ 4,38 a R$ 4,98 (alta de 13,6%).
“Tentam nos convencer de que o aumento salarial do trabalhador do transporte público é o culpado pelo reajuste, zombando de nós! Porém, além de considerarmos legítimas as reivindicações e os aumentos salariais dos trabalhadores do transporte, também constatamos que o aumento da passagem foi maior que o aumento dos trabalhadores, além de que, com as demissões dos cobradores, a empresa tem reduzido os gastos com funcionários”, escrevem as entidades no manifesto.
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À época do reajuste, a gestão Topázio Neto (PSD) afirmou que o aumento era justificado pela alta do preço do diesel, que acumulou 31% de inflação em 2022, e pelo impacto do reajuste salarial de 15% dado aos funcionários do Consórcio Fênix durante a negociação da categoria na metade do ano passado.
As linhas sociais não tiveram reajuste — elas seguem em R$ 2,56 no cartão e em R$ 3,25 no pagamento em dinheiro. Além disso, foram mantidos nos pagamentos com cartão o desconto de R$ 1 para quem utilizar o transporte coletivo fora do horário de pico e o benefício vai-e-vem, que permite ao usuário fazer quantas viagens quiser durante um intervalo de três horas tendo pago o valor de só uma tarifa.
A reportagem procurou a prefeitura de Florianópolis para tratar do protesto e das principais reivindicações feitas pelo grupo, mas ainda não obteve retorno. Se houver, o texto será atualizado.
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