Florianópolis tem o menor percentual de obesos entre as capitais brasileiras. Mas o número está longe de ser positivo: 14,5% dos adultos florianopolitanos estão nessa classificação. A Capital registrou uma pequena melhora em relação 2015, quando ocupava a sexta colocação, com 15,7%.
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Em 10 anos, a prevalência da obesidade no país passou de 11,8%, em 2006, para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros. Em Florianópolis, saltou de 9,8% para 14,5% neste período.
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Os dados divulgados nesta segunda-feira fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais. O resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas com mais de 18 anos.
Quando o assunto é sobrepeso, a situação também preocupa. Pouco menos da metade (48,8%) dos moradores de Florianópolis estão acima do peso. No país, o cenário é ainda pior: 53,8%. A Vigitel diferencia excesso de peso ou sobrepeso de obesidade.
A pessoa com sobrepeso tem índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25 quilos por metro quadrado (o cálculo é feito com o resultado da multiplicação da altura por ela mesma, divido pelo peso corporal). Já a obesidade implica IMC igual ou superior a 30 (kg/m2).
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A nutricionista Fabiane Miranda Lima, membro do Conselho Regional de Nutricionistas de SC, diz que nas últimas décadas, a industrialização do alimento e o aumento de consumo de açúcares, gorduras e farinhas refinadas explicam a alta taxa de obesidade e sobrepeso na população.
— O problema está relacionado ao aumento do risco de doenças cardíacas, hipertensão e diabetes, que são doenças relacionadas diretamente ao sobrepeso e obesidade.
Os índices de Florianópolis, que estão melhores que o restante do país, podem estar relacionados à atividade física e à alimentação saudável. A capital catarinense ocupa o terceiro lugar com a melhor taxa de atividade física no deslocamento: 16,2% se dirigem ao trabalho ou à escola de bicicleta ou caminhando e gastam pelo menos 30 minutos diários no percurso de ida e volta.
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A cidade só fica atrás de Rio de Janeiro (17,1%) e São Paulo (16,9%). Mas houve queda entre aqueles que praticam atividade física no tempo livre. Na Capital catarinense, 42,1% praticam exercícios físicos regularmente. Em 2015, essa taxa era de 47,6%.
O município também se destaca em consumo de frutas e hortaliças dentro do recomendado. Quase um em cada três moradores de Florianópolis (29,3%) consomem esses itens em cinco ou mais dias da semana.
Fabiane reforça que principalmente na região de Florianópolis, que tem mais acesso a informações, há uma corrente forte na busca de alimentos mais naturais e menos processados. Além disso, a cidade tem um apelo maior à prática de atividades físicas, com espaços para esportes e até pelas praias, que incentivam os exercícios. Mas só isso não basta. Para a especialista, é fundamental trabalhar com a educação nutricional das crianças, já que hábitos adquiridos nesta fase interferem na fase adulta.
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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que a pasta tem priorizado o combate à obesidade com uma série de políticas públicas, como Guia Alimentar para População Brasileira.
— A alimentação saudável aliada a prática de atividade física nos ajudará a reduzir a incidência de doenças como diabetes e hipertensão na população – declarou.
A secretaria de Saúde de Florianópolis informou em nota que não há programas específicos para combate à obesidade, por exemplo, mas trabalhos transversais e prevenção e de promoção à saúde, envolvendo os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, tanto de nutrição quanto de educação física.
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Na área das atividades físicas, os centros de saúde oferecem grupos de incentivo, como caminhadas e exercícios físicos para diversos grupos.
O levantamento também traz dados como consumo de bebidas alcoólicas. Florianópolis, por exemplo, aparece em terceiro lugar com a maior taxa de pessoas que dirigem depois de beber (12,9%) entre as capitais brasileiras. No Brasil essa taxa é de 7,3%. A Capital, em 2015, ocupava primeiro lugar com pior média (13%).
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