Com variação de 10,3%, Florianópolis foi a capital brasileira com o maior aumento no preço da cesta básica em junho em comparação com maio. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O custo passou a ser R$ 463,24. No primeiro semestre, a alta acumulada foi de 9,24%.

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Custo de vida em Florianópolis cresce 4,87% no primeiro semestre

Em junho, o maior aumento entre os itens da cesta foi da batata (49,04%), seguida do feijão (29,72%), do leite integral (26,54%), do tomate (14,41%) e da manteiga (13,45%). Outros itens apresentaram alta inferior à média registrada no total da cesta (10,13%): a carne bovina (4,28%), a farinha de trigo (4,14%), a banana (3,35%) e o café em pó (3,22%). O preço do arroz não variou entre maio e junho e foram observadas reduções nos valores dos seguintes itens: pão de trigo (-0,2%), açúcar refinado (-2,46%) e óleo de soja (-6,28%).

O trabalhador florianopolitano, cuja remuneração equivale ao salário mínimo, necessitou cumprir jornada de trabalho, em junho, de 115 horas e 49 minutos, maior que o tempo necessário em maio, de 105 horas e 10 minutos.

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No mês passado, o custo da cesta em Florianópolis comprometeu 57,22% do salário mínimo líquido. Em maio, o percentual exigido era de 51,96%.

Reflexos em todo o país

O custo do conjunto de alimentos básicos aumentou em 26 das 27 capitais do Brasil. Depois de Florianópolis, os maiores acréscimos foram registrados em Goiânia (9,40%), Aracaju (9,25%) e Porto Velho(8,15%). A única diminuição ocorreu em Manaus (-0,54%).

São Paulo foi a capital que registrou o maior custo absoluto para a cesta (R$ 469,02), seguida de Porto Alegre (R$ 465,03) e Florianópolis (R$ 463,24). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 352,12) e Rio Branco (R$ 358,88).

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Resultado do semestre

Entre janeiro e junho de 2016, todas as capitais brasileiras acumularam alta. As maiores variações foram observadas em Goiânia (25,59%), Aracaju (23,22%) e Belém (19,13%). Os menores aumentos ocorreram em Manaus (4,41%), Curitiba (6,31%) e Florianópolis (9,24%).

Com base na cesta mais cara, que, em junho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em junho de 2016, o salário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.940,24,ou 4,48 vezes mais do que o mínimo atual de R$ 880.