Em um mês, Florianópolis atendeu em média 170 casos de diarreia diariamente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). De acordo com dados da Sala de Situação da Gerência de Vigilância Epidemiológica, só em janeiro, 5.296 casos foram registrados na Capital catarinense, sendo que a maioria foi causada pela presença do norovírus, transmitido pela rota fecal-oral.
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Os dados apontam que o pico das infecções em Florianópolis foi na semana de 21 de janeiro, quando 1.356 casos de diarreia foram registrados. Só em 23 de janeiro, por exemplo, 233 atendimentos foram feitos nas UPAs. Os casos estão concentrados, principalmente, no Norte da Ilha.
De acordo com as primeiras análises realizadas pela prefeitura, 63% das amostras coletadas detectou a presença do norovírus. Também foram encontradas infecções por rotavírus.
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A prefeitura chegou a solicitar análises adicionais das amostras, porém o estudo ainda não foi concluído até esta quarta-feira.
Em Balneário Camboriú, mais de 1,2 mil casos registrados
O surto de diarreia também atingiu outros municípios de Santa Catarina. Em Balneário Camboriú, por exemplo, 1.242 atendimentos foram realizados até 30 de janeiro. Só na última semana, foram 474 registros.
Por conta disso, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) iniciou uma investigação a fim de detectar os causadores do surto. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a análise das amostras ainda não foi finalizada. A previsão é de que os resultados sejam publicados em conjunto com Instituo do Meio Ambiente (IMA).
Epidemia de diarreia em Florianópolis tem causa descoberta
O que é o norovírus?
O norovírus é um tipo de vírus que é transmitido pela rota fecal-oral — ou seja, principalmente, a partir do consumo de alimentos e água contaminados. Ele é entendido pela comunidade científica atualmente como o principal causador de surtos de doenças diarreicas agudas, um quadro clínico que envolve, em geral, diarreia, dor abdominal, vômito, mal-estar e desidratação por até cinco dias.
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A recorrência de surtos provocados por ele se deve à facilidade de transmissão do vírus. O norovírus é muito resistente as condições do ambiente e permanece infeccioso por um longo período mesmo sobre superfícies, conforme descreve um estudo da Fiocruz de 2020, do pesquisador Alberto Ignacio Olivares.
Além da ingestão de produtos contaminados, o contato com pessoas doentes, que produzem aerossóis com partículas virais a partir do vômito, ou mesmo com as fezes e objetos do paciente, no caso de ambientes com condições sanitárias inadequadas, também é capaz de transmitir o norovírus. Ainda segundo a pesquisa da Fiocruz, 30% das pessoas infectadas transmitem a doença mesmo assintomáticas e os pacientes que se recuperam dela seguem eliminando o agente transmissor por até três semanas.
Confira os cuidados:
- Lavar as mãos com água e sabão ou solução antisséptica;
- Beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura.
- Evitar adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas;
- Avaliar se os alimentos foram bem cozidos, fritos ou assados.
- Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada;
- Evitar o consumo de alimentos vendidos por ambulantes não credenciados;
- Alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação do produtor e data de validade, e a embalagem deve estar íntegra;
- Não se banhar ou frequentar a areia em praias consideradas impróprias para o banho.
- Não se banhar ou frequentar a areia em regiões próximas a saídas de rios ou córregos;
- Não consumir água do mar, com redobrada atenção com as crianças e idosos, que são mais sensíveis e menos imunes do que os adultos;
- Usar equipamentos de proteção individual (EPI) ao manipular resíduos sólidos e higienizar banheiros públicos;
- Seguir as boas práticas de manipulação de alimentos.
Veja mais sobre o norovírus no vídeo
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