Até segunda-feira (30), 1.118 pinguins foram resgatados em praias de Florianópolis. Contudo, segundo a Associação R3 Animal, apenas 129 estavam vivos no momento do salvamento. O número de animais encontrados sem vida já é o maior em três anos.
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Os primeiros registros dessas aves neste ano aconteceram em maio. Dois animais foram encontrados vivos. Em junho, os dois pinguins localizados estavam mortos. Já em julho, foram resgatados 182 animais e apenas 36 estavam vivos.
No mês de agosto foi resgatado o maior número de pinguins do ano. Foram 932 encontrados nas praias, mas apenas 91 estavam vivos no momento do salvamento.
O número chama atenção. Durante todo ano passado foram encontrados 800 pinguins e 116 estavam vivos no momento do resgate. Em 2019, foram 747 registros e apenas 53 estavam vivos.
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O número de animais encontrados nas praias em 2021 só é menor do que o registrado em 2018. Naquele ano foram resgatados 1.814 pinguins, sendo 113 vivos.
Os pinguins aparecem na costa catarinense em busca de alimento após o período de reprodução nas colônias na Patagônia/Argentina. A temporada aqui no estado vai até setembro, quando os animais retornam às águas do país vizinho.
Animais chegam debilitados
Ao G1 SC, a presidente da R3 Animal e Coordenadora do PMP-BS/Florianópolis, Cristiane Kolesnikovas, explicou que a maioria dos pinguins que chega às praias estão magros, desidratados, com temperatura corporal baixa, parasitados e com sinais de interação incidental com redes de pesca.
— Nossa equipe faz tudo que está ao alcance para salvá-los, mas nem sempre é possível — afirma Cristiane Kolesnikovas.
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Os pinguins resgatados com vida chegam tão debilitados que acabam morrendo no caminho até o centro de reabilitação. Em sua maioria, os animais que encalham nas praias são jovens e estão em seu primeiro ano de vida fazendo a migração.
— [Eles são] inexperientes. É comum que alguns animais tenham dificuldade em se alimentar, percam-se dos bandos e fiquem debilitados, encalhando nas praias. Também existem aqueles que interagem com petrechos de pesca. Mesmo não sendo alvo, são capturados incidentalmente. É a chamada captura bycatch, ou seja, não intencional — explica a entidade.
Atualmente, 21 pinguins estão em reabilitação na Associação R3 Animal e cerca de sete deles vieram de outras regiões do estado.

Os pinguins encontrados mortos pelas equipes, e que não estão em avançado estado de decomposição, são levados para o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Florianópolis e passam pelo exame necroscópico para tentar identificar a possível causa da morte.
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— Alguns deles, com indícios de interação antrópica, tais como desgaste de penas e hematomas em aleta (asas). Mas, invariavelmente, todos com o pulmão comprometido, com acúmulo de secreção serosanguenolenta espumosa, que são indicativos fortes de asfixia/afogamento, possivelmente provocados por interação com redes de pesca — conclui Sandro Sandri.
O que fazer ao encontrar um pinguim ferido
Caso encontre um animal marinho ferido ou morto na praia, a R3 Animal orienta:
- Ligue para o Projeto de Monitoramento de Praias, no telefone 0800-642-3341
- Afaste animais domésticos, que podem ferir ou transmitir doenças
- Não coloque pinguins no gelo ou force a volta deles ao mar
- Caso o animal seja um pinguim, você pode cobri-lo com uma toalha para aquecê-lo e colocá-lo numa caixa de papelão
*Com informações do G1 SC
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