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Florianópolis tem, agora, 70% das praias balneáveis, conforme relatório divulgado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) nesta sexta-feira (24). Dos 87 pontos analisados, 61 estão próprios — um a menos do que a análise anterior.
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Das praias do Norte da Ilha, que apresentavam grandes problemas com a balneabilidade no início do verão, apenas Ingleses ainda segue com pontos impróprios. Já próximo ao Santinho, a praia tem três pontos inadequados para banhistas. Jurerê, Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus estão totalmente próprias.
Das praias do Sul, apenas a Armação tem um ponto impróprio. Todas as outras estão completamente adequadas para banho.
A Capital apresentou melhora na mesma crescente do Estado, que tem 68% das praias balneáveis, conforme o relatório.
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Veja no mapa os pontos impróprios e próprios ao banho em praias de SC
Dificuldades da balneabilidade
Com a dificuldade na balneabilidade das praias durante quase todo o verão, a prefeitura de Florianópolis apresentou, no fim de janeiro, um plano de ação para a melhoria do saneamento ambiental na cidade. A decisão foi tomada quando mais da metade dos pontos analisados pelo IMA não estavam próprios para banho, em alta temporada, e a saúde pública enfrentara uma epidemia de diarreia, causada por um vírus encontrado em rios do município, que, inclusive, desembocam no mar.
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Ainda não foi confirmado o fim da epidemia. Apesar disso, o vírus causador da situação em Florianópolis foi identificado: norovírus — que apareceu em 63% das amostras de fezes coletadas no Norte da Ilha de Santa Catarina, local com maior incidência de casos.
A piora da balneabilidade, em combinação com a epidemia de diarreia, tornou-se um problema impróprio para todo o Estado, principalmente para a Capital por ter tido as praias mais badaladas do verão não balneáveis. Apesar de amostras não confirmarem a relação entre a água imprópria e a epidemia, a situação acendeu alerta para fragilidades no saneamento em Florianópolis.
Segundo o IMA, a principal explicação para a piora na balneabilidade foram as chuvas de dezembro. Naquele mês, o Estado registrou enxurradas que deixaram dois mortos e rodovias bloqueadas em várias cidades. Florianópolis foi a capital do país em que mais choveu, com volume três vezes maior do que o esperado para o mês.
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O responsável pela gerência de Laboratório e Medições Ambientais do IMA, Marlon Daniel da Silva, explica que a chuva potencializa o risco de contaminação no mar porque age como uma “vassoura” ao varrer sujeiras de ruas, galerias e tubulações. Segundo ele, em enxurradas, é comum que o volume de água entre e extrapole rede e estações de esgoto, prejudicando o tratamento e aumentando a quantidade de poluição no mar nos dias seguintes. Na avaliação dele, isso é visto como uma fragilidade a ser superada nos sistemas de saneamento.
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