A nova temporada chega com um problema antigo para moradores da Grande Florianópolis, que é a falta d’água e de luz . As duas coisas estão interligadas e a tendência é que se agravem pelo aumento do consumo.
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De acordo com a Santa Catarina Turismo, a Santur, a Capital deve receber entre janeiro e março cerca de 1,5 milhão visitantes, o que representa aumento de 269% da população. Na última quarta-feira, a vulnerabilidade do abastecimento de energia elétrica foi testado com o vento forte que provocou a queda de luz. Cerca de 56 mil unidades consumidoras ficaram às escuras em diferentes regiões do Estado.
A Casan anuncia a instalação das Estações de Tratamento de Água Compactas em regiões estratégicas, como o Norte da Ilha, que terá um aumento de consumo de 35% em relação ao período normal. Mas o esquema emergencial só funcionará se houver energia elétrica para que os equipamentos que fazem o recalque consigam levar a água para as partes mais altas.
Por enquanto, valem dicas para minimizar o impacto do alto consumo que aumenta com os dias de calor: racionalizar o uso da água, procurando poupar. Além disso, não usar água tratada para regar jardins e lavação de carros e ou calçadas. É preciso ainda ficar atento a possíveis vazamentos.
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– Tudo isso contribui para que não seja necessária a implantação de um rodízio de racionamento – sugere Valter José Gallina, diretor de Operação da Casan.
Confira entrevista com Valter José Gallina, diretor de operação da Casan
Diário Catarinense – Todo ano é a mesma coisa: no verão falta água. Qual o motivo disso?
Valter José Gallina – No verão passado não tivemos ocorrência de falta de água generalizada, apenas casos pontuais. Esse ano o excesso de temperatura e a falta de chuva ocasionaram o problema da drástica redução de vazão nas captações, que estão quase secas.
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DC – Mas temos falta de água em diversos pontos.
Gallina – Até agora só faltou água pontualmente, tanto que ainda não precisamos implantar um rodízio de racionamento. Mas sem dúvida a falta de chuvas está sendo crucial este ano.
DC – O que a Casan está fazendo para resolver esse problema nos próximos verões?
Gallina – A Casan atua em três áreas: ações emergenciais, médio prazo a longo prazo. Nesta semana foram instaladas Estações de Tratamento de Água Compactas nas comunidades da Daniela e em Ratones, além de ativados 16 mini poços na Vargem Pequena e Vargem Grande, o que vai proporcionar imediatamente um aumento de vazão de 96 litros por segundo a mais no Sistema, suficientes para abastecer uma população de 100 mil pessoas.
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DC – E a médio prazo?
Gallina – Temos em obras a construção do floco decantador na ETA do Cubatão, do Sistema Integrado de Florianópolis. A conclusão está prevista para o final de 2013 e o investimento é de R$ 14 milhões. Já em outubro de 2014 deve ficar pronta a adutora de 700 milímetros do Itacorubi, obra de R$ 13 milhões que também vai aumentar a capacidade de distribuição de água para toda aquela região.
DC – Temos obras a longo prazo, pensando daqui a 30, 40 anos?
Gallina – Existem estudos técnicos na Casan, e já começamos a busca de recursos em Brasília para fazer uma nova captação de água no Rio Tijucas para atender Florianópolis. Essa é uma obra para ser concretizada dentro de seis a sete anos, a qual deve ser suficiente para garantir o abastecimento para os próximos 30/40 anos.