Três mil pessoas se reunirão no Centrosul das 13h às 18h, em Florianópolis, neste sábado, para assistir ao vivo o desenrolar de uma partida de um jogo de computador. Em casa, também da tela do computador, mais um milhão de pessoas devem acompanhar a transmissão da disputa pela internet. Desconhecido para a maioria dos brasileiros, o game League of Legends é jogado por 67 milhões de pessoas no mundo todo. E, pelo jeito, tem seus fãs por aqui também.

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:: Do telejogo ao smartphone: As várias gerações unidas pelos quase 50

anos de games

– Todos os ingressos esgotaram meia hora após serem colocados a venda – Leonardo Vieira, gerente comercial do Centrosul.

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Os administradores do centro de eventos calculam que, apenas por causa dessa iniciativa, devem ficar em Florianópolis de R$ 5 milhões a R$ 8 milhões em diárias de hospedagem, gastos com alimentação, entre outros. Volume considerável para um único dia, mas pouco perto dos números da empresa Riot, desenvolvedora do game. Em 2014, a empresa fechou o ano com faturamento de US$ 1,04 bilhão.

– Nós temos uma indústria nacional de games, mas o mercado, mesmo o brasileiro, é dominado pelas empresas estrangeiras, que cada vez mais trazem conteúdos adaptados ao nosso público – explica o pesquisador do Grupo de Estudos e Desenvolvimento da Indústria de Games, Davi Noboru Nakano, professor da USP.

:: A final que rende R$ 60 mil

Os times Intz e Keyd Stars – cada equipe com seus cinco jogadores titulares, o gamer reserva e seu técnico – se enfrentam na disputa por um prêmio de R$ 60 mil. Quem ganhar garante uma vaga para representar o Brasil no International Wild Card Invitational, torneio que, por sua vez, vale uma vaguinha para o campeonato mundial de League of Legends.

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O jogo faz parte do gênero do momento, chamado de MOBA (Multiplayer Online Battle Arena – algo como “arena de combate online para vários jogadores”). É uma mistura de elementos de estratégia com jogos de RPG.

E essa mistura vai levar milhares pessoas ao Centrosul para assistirem, sentadas em cadeiras em frente a um telão, o desenrolar de um jogo. São fãs de um estilo, de todo o Brasil, que podem estar se encontrando pela primeira vez fora do online, onde já jogaram a favor ou um contra o outro.

– Essas pessoas começam a formar comunidades. Isso cria elos sociais, não de competição, mas de interação. A internet trouxe essa possibilidade. Você está sozinho em casa, mas nunca sozinho – diz explica Danilo Parise, de 31 anos, diretor da Sioux, empresa de tecnologia brasileira que realizou a pesquisa Games Brasil 2015.

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A final da 1ª Etapa do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) também será transmitida ao vivo em 10 salas de cinema brasileiras, nenhuma em Florianópolis.

:: Florianópolis volta a ter eventos na área

De 2008 a 2009, o município teve um evento na área de jogos eletrônicos, o “Gameway”. Desde então, estava “órfã”, apesar de a cidade ter empresas desenvolvedoras de games, como a Hoplon e a Vesta, para citar alguns exemplos.

Além da disputa deste sábado, o Centrosul deve voltar a receber no ano que vem uma etapa do League of Legends, desta vez do campeonato mundial. Em junho, está prevista outra iniciativa no setor, a GamerCom, evento focado em jogos online e que deve abrir oportunidade para desenvolvedores catarinenses mostrarem seus produtos.

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– O ambiente já estava pronto. Florianópolis já tinha todas as características – conta Cristiano Martins Reitz, gerente geral do Centrosul.

Final da 1ª etapa da Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL)

Quando: sábado

Onde: Centrosul

Horário: das 13h às 18h

Informações: http://br.leagueoflegends.com/